Premiê turco diz a refugiados que Síria terá "nascimento sagrado"
ISTAMBUL, 30 Dez (Reuters) - O primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, afirmou a uma multidão de refugiados sírios neste domingo que o país deles se prepara para um "nascimento sagrado", que substituirá o presidente Bashar al-Assad com a vontade da população síria.
Campos de refugiados na Turquia abrigam 150 mil sírios que fugiram do conflito que ocorre do outro lado da fronteira, e Erdogan visitou neste domingo um desses campos e disse às pessoas que elas podem considerar a Turquia um "segundo lar" e que ajuda estava à disposição.
"Podemos ver muito claramente que a ajuda de Deus está perto. Não esqueçam que a vitória vem para aqueles que são pacientes", discursou ele. Ao lado do primeiro-ministro estava Moaz Alkhatib, líder da reconhecida internacionalmente Coalizão Nacional Síria, grupo de oposição ao atual governo sírio.
A Turquia havia dito anteriormente que seria difícil acomodar mais de 100 mil refugiados, mas continuou a aceitar refugiados sem estabelecer limites.
Apesar de a maioria dos acampamentos na Turquia terem equipamentos como aquecedores portáteis e os refugiados receberem três refeições por dia, as temperaturas na região da fronteira podem ficar congelantes e as chuvas, torrenciais.
A Turquia, antes aliada da Síria, se virou contra o governo de Assad no ano passado por conta da violenta repressão aos protestos da oposição. Com isso, o governo turco tem ampliado o apoio aos refugiados e aos rebeldes.
"Vocês sofreram muito", afirmou Erdogan, que usava um cachecol nas cores verde, branca e preta da bandeira rebelde síria. "O cruel regime sírio, o cruel Assad, já martirizou quase 50 mil sírios até agora", completou.
"Todo nascimento sagrado é doloroso, e agora a Síria se prepara para um nascimento sagrado, por meio do qual a vontade dos sírios irá tomar o poder", disse ele aos refugiados.
"Talvez não possamos dar a vocês o luxo que vocês têm em casa, mas nessas condições nós tentamos fazer tudo o que podemos", afirmou Erdogan, enquanto era aplaudido pelos refugiados.