Índia critica Paquistão após confronto com mortos na Caxemira
Por Ashok Pahalwan
JAMMU, Índia, 9 Jan (Reuters) - A Índia criticou duramente nesta quarta-feira o Paquistão devido a um raro confronto armado entre soldados dos países na disputada região da Caxemira, em que dois soldados indianos foram mortos, mas o incidente aparentemente não irá se transformar em uma crise diplomática plena.
A Índia convocou o embaixador paquistanês em Nova Délhi para apresentar um protesto pelo confronto de terça-feira, e acusou os soldados do país vizinho de adotarem um comportamento "bárbaro e desumano". Autoridades indianas disseram que os paquistaneses cruzaram a militarizada Linha de Controle da Caxemira e dispararam contra uma patrulha da Índia.
O corpo de um dos soldados foi achado mutilado em uma mata no lado controlado pela Índia, segundo Rajesh K. Kalia, porta-voz do Comando Norte do Exército indiano. Mas ele negou relatos da imprensa indiana de que um dos corpos teria sido decapitado, e que outro teria tido a garganta cortada.
"Dois soldados indianos foram mortos no ataque, e seus corpos foram submetidos a mutilações bárbaras e desumanas", disse a chancelaria indiana em nota.
O ministro indiano da Defesa descreveu o incidente como "altamente provocativo", mas seu colega das Relações Exteriores buscou acalmar a situação, dizendo que o caso não deve prejudicar os atuais esforços de aproximação entre os dois rivais.
"Acho importante no longo prazo que o que aconteceu não seja ampliado", disse Salman Khurshid em entrevista coletiva.
"Não podemos e não devemos permitir a escalada de qualquer evento prejudicial como este. Precisamos ser cuidadosos para que as forças... que tentam descarrilar todo o bom trabalho que tem sido feito pela normalização (das relações) não tenham sucesso." Khurshid não explicou a quais forças se referia.
Índia e Paquistão já travaram três guerras desde sua independência, em 1947, sendo duas delas por causa da Caxemira. Ambos os países possuem armas nucleares.
Disparos e pequenas escaramuças são comuns ao longo dos 740 quilômetros da Linha de Controle, apesar de um cessar-fogo e da gradual melhora nas relações. O Exército indiano diz que oito dos seus soldados foram mortos em 75 incidentes ocorridos em 2012.
Mas incursões de qualquer das partes são raras, e uma reportagem da imprensa indiana disse que o incidente de terça-feira --a 600 metros da fronteira "de facto"- marcou "o primeiro grande ingresso" desde o cessar-fogo de 2003.
A Índia considera que toda a região da Caxemira, um cenário de montes nevados e vales férteis, com população majoritariamente muçulmana, pertence a seu território. Já o Paquistão cobra a implementação de uma resolução de 1948 da ONU que estabelece a realização de um plebiscito para que os caxemires decidam a qual país querem pertencer.
(Reportagem adicional de Mehreen Zahra-Malik e Katharine Houreld, em Islamabad; e Arup Roychoudhury e Satarupa Bhattacharjya, em Nova Délhi)
Receba notícias do UOL. É grátis!
Veja também
- "Não voltamos com um ponto, mas com menos dois", diz Lucas Sasha após empate do Fortaleza com Fluminense
- Cano lamenta empate do Fluminense com o Fortaleza, mas já volta o foco para o jogo contra o Criciúma
- Amazonas vence o rebaixado Ituano com um gol contra no primeiro tempo em Itu
- Cano marca no fim e Fluminense escapa de derrota para o Fortaleza no Maracanã