Ex-chefe da CIA em Roma é condenado por sequestro

Manuela D'Alessandro

Em Milão

 O ex-chefe de um escritório da CIA foi sentenciado na sexta-feira a sete anos de prisão pelo sequestro de um clérigo islâmico como parte da "guerra ao terrorismo" iniciada quando George W. Bush era presidente dos Estados Unidos.

Um tribunal de recursos de Milão, no norte da Itália, impôs também penas de seis anos de reclusão a dois funcionários norte-americanos pelo mesmo crime, que deu início às chamadas operações de "entrega extraordinária" organizadas pelos EUA.

O clérigo, um egípcio conhecido como Abu Omar, foi capturado em uma rua de Milão e levado por via aérea para ser interrogado no Egito, onde ele diz ter passado sete meses sendo torturado. Na época do sequestro, o clérigo residia regularmente na Itália.

Jeffrey Castelli, ex-chefe do escritório da CIA em Roma, e dois outros réus foram julgados à revelia e dificilmente cumprirão a pena, mas correm o risco de serem presos se viajarem à Europa.

Castelli estava entre 26 cidadãos dos EUA indiciados pelas autoridades italianas por suposto envolvimento no sequestro de 2003. O tribunal de recursos reverteu decisão de uma instância inferior que havia absolvido os três réus por causa da sua imunidade diplomática.

Em setembro de 2012, o mais importante tribunal italiano havia confirmado os veredictos contra 22 agentes da CIA e um piloto da Força Aérea dos EUA. Todos eles foram condenados a sete anos de prisão, exceto Robert Seldon Lady, ex-chefe do escritório da CIA em Milão, que pegou nove anos.

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