IBC-Br desacelera a 0,26% em dezembro e fecha 2012 com alta de 1,35%

Por Camila Moreira

SÃO PAULO, 20 Fev (Reuters) - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) desacelerou em dezembro e ficou abaixo do esperado, acumulando em 2012 uma alta de 1,35 por cento, o que reforça as chances de que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado não tenha superado 1 por cento.

Considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br avançou 0,26 por cento em dezembro ante o mês anterior, de acordo com dados dessazonalizados, após alta de 0,57 por cento em novembro --revisado para cima de uma alta anteriormente divulgada de 0,40 por cento.

Com isso, no quarto trimestre o IBC-Br avançou 0,62 por cento em relação aos três meses anteriores, também mostrando desaceleração, depois da alta de 1,12 por cento no terceiro trimestre sobre o segundo, de acordo com dados revisados --inicialmente expansão de 1,15 por cento.

O resultado de dezembro ficou abaixo da mediana das previsões de 18 analistas ouvidos pela Reuters, que apontava uma alta de 0,4 por cento. As projeções variaram de 0,10 por cento a 0,70 por cento.

Na comparação com dezembro de 2011, o IBC-Br avançou 2,12 por cento.

"O resultado de dezembro é explicado pelo fraco desempenho nas vendas no varejo naquele mês", avaliou o economista da Austin Rating Rafael Leão, citando a queda de 0,5 por cento das vendas em dezembro, o primeiro resultado negativo após seis meses de crescimento.

A expectativa do mercado, segundo pesquisa Focus do BC, é de que o PIB tenha crescido apenas 0,95 por cento no ano passado, o que seria o pior resultado desde 2009, quando houve retração de 0,33 por cento. Em 2011 houve avanço de 2,73 por cento, após expansão de 7,53 por cento em 2010.

O IBGE divulga em 1o de março os dados do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2012 e no ano.

Indicadores recentes já mostraram a fraqueza da economia brasileira no ano passado, mesmo diante das inúmeras medidas do governo para impulsionar o crescimento, afetado pela crise internacional.

Entre as ações estiveram desonerações fiscais e a redução da Selic para a mínima recorde de 7,25 por cento ao ano.

Mesmo assim, a produção industrial recuou 2,7 por cento em 2012, a primeira retração desde 2009, e um dos maiores pesos sobre a economia brasileira no ano passado.

EXPECTATIVA

Apesar disso, a expectativa para a economia brasileira no início de 2013 é otimista, embora cautelosa.

Para Leão, o IBC-Br de dezembro "não foi um resultado ruim". Nas contas dele, a economia brasileira cresceu em torno de 1 por cento no quarto trimestre ante o terceiro, o que significa em dados anualizados o ritmo de 4 por cento visto em anos anteriores.

"Já temos um gostinho melhor para 2013, que inicia com um carryover positivo... vamos continuar com boa oferta de crédito e mercado de trabalho aquecido. Soma-se a isso um setor externo não tão debilitado como em 2012", completou Leão.

O economista-chefe do Crédit Agricole, Vladimir Caramaschi, cita os efeitos defasados das medidas de estímulo já adotadas, assim como a desvalorização cambial ao longo de 2012 para projetar uma melhora neste ano.

"Ainda acho que dá pra chegar a algo próximo a 3 por cento neste ano, mas o viés é para baixo", disse ele.

Segundo o Focus do BC, a expectativa do mercado para 2013, que pode ser afetada pela sombra da inflação e de uma possível alta dos juros, é de aceleração do crescimento para 3,08 por cento.

(Reportagem adicional de Silvio Cascione)

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