Por Leila Coimbra

RIO DE JANEIRO, 28 Fev (Reuters) - A produção de petróleo da Petrobras no Brasil somou 1,965 milhão de barris diários em janeiro, volume quase 7 por cento menor que o verificado no mesmo mês de 2012, informou a companhia nesta quinta-feira.

Em comparação com a extração média de dezembro, a queda foi de 3,3 por cento.

O volume total produzido pela estatal no Brasil e no exterior atingiu a média de 2,611 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás), apresentando uma redução de 4,4 por cento ante o mesmo mês do ano passado e decréscimo de 2,7 por cento em relação a dezembro de 2012.

Segundo a Petrobras, a queda decorreu, principalmente, do encerramento da produção da plataforma semissubmersível SS-11, que operava o sistema de produção antecipada (SPA) no campo de Baúna, no pós-sal da bacia de Santos. O encerramento desta plataforma ocorreu para preparar a entrada em operação do FPSO (plataforma flutuante) Cidade de Itajaí, no mesmo local.

O término do teste de longa duração na área de Oliva, no pós-sal da bacia de Campos, mais a parada programada para manutenção da plataforma P-33 e problemas operacionais na P-53 (Marlim Leste) e no FPSO Capixaba (Parque das Baleias), na bacia de Campos, também resultaram em menor produção de petróleo pela estatal.

"A queda da produção foi parcialmente compensada pelo início da operação do FPSO Cidade de São Paulo no projeto-piloto de Sapinhoá, em 5 de janeiro, e pelo crescimento progressivo da produção do FPSO Cidade de Anchieta no campo de Baleia Azul, no pré-sal da Bacia de Campos", informou a estatal em nota.

A produção de petróleo da estatal vinha se recuperando no último trimestre de 2012, depois de cair mês a mês a partir de março do ano passado e atingir em setembro uma mínima de 1,84 milhão de barris diários, o menor nível desde abril de 2008.

Mas, a partir de outubro, a produção da estatal registrou uma retomada, que foi interrompida no mês de janeiro.

NOVAS PLATAFORMAS

Somente em 2013, a Petrobras planeja colocar em operação seis novas plataformas, cuja capacidade de produção somada chega a 780 mil barris/dia.

Segundo a estatal, vão iniciar os trabalhos as plataformas Cidade de Paraty (Lula NE), P-63 (Papa-Terra), P-55 (Roncador 3), P-61 (Papa-Terra), além das duas que já entraram em produção em 2013, a Cidade de São Paulo (Sapinhoá) e Cidade de Itajaí (Baúna).

Apesar de toda essa nova produção, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse na divulgação dos resultados de 2012 da empresa que prevê um ano difícil, sem incremento da produção.

A executiva disse que deve ocorrer uma grande concentração de paradas de plataformas para manutenção, especialmente no primeiro semestre de 2013, e estimou que a produção ficará estável no ano, inclusive com a possibilidade de uma nova queda, após ter fechado 2012 com a primeira baixa na extração anual desde 2004.

Para o analista da corretora Planner, Luiz Caetano, esse cenário negativo, apesar de novas unidades de produção, é explicável por três motivos: além das paradas, o pico de produção dessas plataformas leva muitos meses para ser atingido, e há um declínio muito alto da produção atual.

"O declínio médio dos campos é de 8 a 12 por cento ao ano em média, mas há casos na bacia de Campos de índices bem acima disso. E o grande número de paradas, novamente, deve prejudicar a Petrobras", disse Caetano.