Fumaça branca sinaliza que novo papa foi eleito
Por Barry Moody e Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO, 13 Mar (Reuters) - Fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina nesta quarta-feira, sinalizando que os cardeais elegeram um novo papa para suceder Bento 16 e assumir o comando da Igreja Católica, depois de apenas cinco rodadas.
Ao mesmo tempo, tocaram os sinos da Basílica de São Pedro.
A eleição, ocorrida no primeiro dia completo do conclave com 115 cardeais, aconteceu mais rápido do que o esperado, uma vez que não havia nenhum favorito claro na disputa após a renúncia de Bento 16, no mês passado.
O conclave secreto começou na noite de terça-feira com uma primeira votação, e nesta quarta-feira outras quatro rodadas aconteceram. A fumaça branca indicando que o novo pontífice tinha obtido a necessária maioria de dois terços aconteceu após a quinta votação.
Uma multidão alegre na Praça de São Pedro começou a gritar e a aplaudir quando começou a surgir a fumaça branca, em meio a uma chuva persistente e ventos frios.
A identidade do papa será anunciada para o mundo a partir da varanda central da Basílica de São Pedro em breve, com o novo pontífice à frente para seu primeiro discurso público e bênção aos fiéis reunidos.
O italiano Angelo Scola e o brasileiro Odilo Scherer eram apontados como fortes concorrentes.
Além de Scola e dom Odilo, vários outros candidatos também têm sido citados, como os norte-americanos Timothy Dolan e Sean O'Malley, o canadense Marc Ouellet e o argentino Leonardo Sandri.
Desde o começo do século 20, só um papa -Pio 12, em 1939- foi eleito nas três primeiras votações. Nos últimos nove conclaves, houve em média sete votações até a definição. Bento 16, que era favorito claro em 2005, foi eleito no quarto escrutínio.
Bento 16 abdicou inesperadamente no mês passado, dizendo que ele não era mais forte o suficiente para enfrentar os desafios que afligem a Igreja, com um número estimado de 1,2 bilhão de fiéis.
A Igreja foi abalada pelo escândalo dos abusos sexuais cometidos por clérigos contra menores e pelo caso "Vatileaks", em que um mordomo de Bento 16 revelou documentos indicando corrupção e disputas internas na Cúria Romana.
A instituição tem sido atingida também pelo avanço do secularismo e de religiões concorrentes no mundo, e por problemas na gestão do Banco do Vaticano.
(Reportagem de Crispian Balmer)