ONU está em discussão com Síria sobre suposto ataque químico

NAÇÕES UNIDAS, 21 Ago (Reuters) - O chefe de inspetores de armas químicas da ONU, Ake Sellstrom, está em discussões com o governo sírio sobre um suposto ataque com armas químicas nesta quarta-feira e está acompanhando a situação com cuidado, informou a Organização das Nações Unidas.

Estados Unidos, Grã-Bretanha e França vão pedir ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ainda nesta quarta-feira, para abrir uma investigação sobre o que pode ser um dos incidentes mais mortais em dois anos de guerra civil na Síria, disseram diplomatas da ONU sob condição de anonimato.

Países ocidentais e da região da Síria pediram publicamente que investigadores da ONU, que chegaram a Damasco há três dias para analisar alegações de ataques químicos anteriores, sejam enviados ao local do incidente, nos subúrbios a leste de Damasco.

"O professor Sellstrom está em discussões com o governo sírio sobre todas as questões relativas à suposta utilização de armas químicas, incluindo este mais recente incidente relatado", disse o escritório de comunicação da ONU em comunicado.

Ban ficou chocado com a informação do suposto ataque, segundo o comunicado.

A missão da Argentina na ONU, que preside neste mês o Conselho de Segurança composto por 15 países, disse que o conselho vai realizar uma reunião de emergência às 16h (horário de Brasília) para discutir as últimas alegações sobre a utilização de armas químicas na Síria.

A oposição da Síria acusou as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, de usar gás para atacar muitas centenas de pessoas nesta quarta-feira. O governo de Assad negou o uso de armas químicas.

"Hoje, estamos solicitando formalmente que as Nações Unidas investiguem urgentemente esta nova alegação", disse o vice-secretário de imprensa da Casa Branca, Josh Earnest, em comunicado.

"A equipe de investigação da ONU, que está atualmente na Síria, está preparada para fazê-lo, e que seja consistente em seu propósito e mandato."

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia pediu uma investigação justa e profissional sobre informações de que as tropas leais a Assad foram responsáveis ​​pelo suposto ataque. Mas Moscou sugeriu que os rebeldes podem ter encenado a suposta agressão para provocar uma ação internacional.

Não ficou imediatamente claro como o governo sírio iria responder às solicitações para permitir que a equipe de Sellstrom investigue o suposto incidente. A ONU e o governo de Assad estiveram em conversações durante meses, antes de um acordo levar à chegada da equipe de Sellstrom a Damasco nesta semana.

(Reportagem de Michelle Nichols e Louis Charbonneau)

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