Secretário de Estado dos EUA condena ato de agressão da Rússia na Ucrânia
WASHINGTON, 2 Mar (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, condenou neste domingo o que chamou de "incrível ato de agressão" promovido pela Rússia na Ucrânia e ameaçou com "repercussões muito sérias" por parte dos EUA e outros países, incluindo sanções econômicas.
"Você simplesmente não se comporta no século 21 como se estivesse no século 19, invadindo outro país com motivos completamente falsos", disse Kerry a um programa da emissora norte-americana de televisão CBS.
Kerry, entretanto, acrescentou que a Rússia ainda tem "um conjunto correto de escolhas" que poderá ser usado para solucionar a crise ucraniana.
"É um incrível ato de agressão. É realmente assombroso que o presidente (Vladimir) Putin tenha optado por invadir outro país. A Rússia está violando a soberania na Ucrânia. A Rússia está violando suas obrigações internacionais", acrescentou o secretário norte-americano.
O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov não comentou as declarações de Kerry, afirmando que o governo russo "não tem comentários neste momento".
O secretário norte-americano afirmou que o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou a Putin, durante uma chamada telefônica de 90 minutos no sábado, que "haverá sérias repercussões se esta situação persistir. O presidente (...) afirmou ao senhor Putin que é imperativo encontrar um caminho diferente, para recolher a invasão e desfazer este ato de invasão".
Kerry disse que as nações do G8 e outros países "estão preparados para isolar a Rússia" e que eles têm uma "ampla gama de opções" disponível.
Eles estão preparados para impor sanções, estão preparados para isolar a Rússia economicamente, o rublo já está desvalorizando. A Rússia tem grandes desafios econômicos", disse Kerry, mencionando também proibições de vistos de viagem, congelamento de ativos e isolamento comercial como possíveis medidas.
Os comentários de Kerry vieram em meio a uma série de condenações a Moscou por parte de Washington e seus aliados. Putin obteve no sábado permissão do Parlamento russo para usar força militar para proteger cidadãos russos na Ucrânia. A permissão fez o Ocidente disparar pedidos para não intervenção russa em território ucraniano.
As forças russas já tomaram controle sobre a Crimeia, uma península isolada no Mar Negro onde Moscou mantém uma base naval.
(Por Will Dunham em Washington, reportagem adicional de Alexei Anishchuk, em Moscou)