Garis do Rio de Janeiro conseguem reajuste de 37% e encerram greve
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Garis e prefeitura do Rio de Janeiro chegaram a um acordo no final da noite do sábado, com proposta de reajuste salarial de 37 por cento que encerrou a greve iniciada no início do carnaval e deixou grandes quantidades de lixo acumulado na cidade.
O acordo foi formalizado em uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, de acordo com a prefeitura, que teve de ceder na negociação iniciada antes do carnaval para encerrar a paralisação.
Os grevistas conseguiram nas negociações elevar o piso salarial de aproximadamente 802 reais para 1.100 reais, um aumento de 37 por cento. Além disso, os garis ganharam um adicional de insalubridade de 40 por cento e aumento do vale refeição para 20 reais. Antes do carnaval, a prefeitura oferecia aumento de 9 por cento sobre o piso e vale refeição de 16 reais.
"Vamos fazer um esforço orçamentário. Esta é uma proposta generosa para uma categoria que merece ser muito bem remunerada", declarou em comunicado o prefeito Eduardo Paes.
Segundo a prefeitura, os garis retornaram ao trabalho na noite do sábado. No entanto, ruas e avenidas da cidade ainda exibiam grandes quantidades de lixo deixadas por prédios, estabelecimentos comerciais e blocos carnavalescos.
Caminhões da Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro, Comlurb, também foram vistos em alguns pontos da cidade circulando com a escolta de policiais.
Durante a greve, garis que queriam voltar ao trabalho foram ameaçados e tiveram vassouras e outros equipamentos quebrados por grevistas.
A prefeitura chegou a acusar o movimento grevista de ter motivação política, visto que alguns garis eram filiados a partidos políticos, e, cogitou também a possibilidade de haver uma pressão para tentar pressionar a privatização da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb).
(Por Rodrigo Viga Gaier)