Malásia diz não haver prova de que avião voou por horas sem contato

  • Samsul Said / Reuters

Por Eveline Danubrata e Nguyen Phuong Linh

KUALA LUMPUR/CIDADE DE HO CHI MINH, Vietnã, 13 Mar (Reuters) - Autoridades da Malásia disseram nesta quinta-feira que não há indícios de que o avião desaparecido há quase seis dias tenha voado durante horas e continuado a transmitir dados técnicos depois de perder contato com o controle de tráfego aéreo.

O Wall Street Journal disse que investigadores técnicos dos EUA e autoridades de segurança nacional acreditam que o Boeing 777 da Malaysia Airlines tenha voado por um total de cinco horas, com base em dados enviados automaticamente pelas turbinas.

Mas o ministro malaio dos Transportes, Hishammuddin Hussein, disse em entrevista coletiva que "no que diz respeito à Rolls-Royce (fabricante das turbinas) e à Boeing, esses relatos são imprecisos". Segundo ele, "A última transmissão (de dados) do avião foi à 01h07 (hora local), a qual indicava que estava tudo normal."

A Reuters havia noticiado anteriormente que a transmissão de dados técnicos pelo avião havia cessado depois da perda de contato com o controle de tráfego aéreo.

O voo MH370, que ia de Kuala Lumpur a Pequim, sumiu da tela dos controladores por volta de 1h30 de sábado, menos de uma hora depois de decolar. Não há relatos de mau tempo ou problemas mecânicos.

Seis dias depois, não há nem sinal do avião, num dos mais intrigantes mistérios da história moderna da aviação. Mais de uma dúzia de países participa das buscas com aeronaves e embarcações numa área de 93 mil quilômetros quadrados, abrangendo os oceanos Índico e Pacífico.

Na sua última aparição comprovada nas telas de radar, o avião voava para nordeste, atravessando a entrada do Golfo da Tailândia.

Na quarta-feira, o chefe da Força Aérea da Malásia disse que radares militares haviam detectado a possível presença do avião ao sul da ilha tailandesa de Phuket, no extremo norte do estreito de Malaca, centenas de quilômetros a oeste da sua última posição conhecida. Ele salientou, no entanto, que essa localização não havia sido confirmada.

Se a versão apresentada por Rodzali Daud for correta, o avião teria voado por cerca de 45 minutos e descido apenas cerca de 5.000 pés (1.500 metros) depois de ser detectado pelo radar civil no Golfo da Tailândia.

Significaria também que o avião fez uma curva acentuada para oeste em relação à rota original, percorrendo centenas de quilômetros sobre a península da Malásia na direção do mar de Andaman, até um ponto intermediário entre a ilha turística de Phuket, o extremo norte da ilha indonésia de Sumatra e o arquipélago indiano de Nicobar.

No sexto dia de buscas, as equipes vasculharam uma área marítima onde um satélite chinês havia detectado a possível presença de destroços. Nada foi encontrado, e Hishammuddin disse que essas imagens foram divulgadas acidentalmente. "O governo chinês nem autorizou nem avalizou (a divulgação da foto de satélite). A imagem não está confirmada como sendo vinculada ao avião."

(Reportagem adicional de Niluksi Koswanage, Siva Govindasamy, Yantoultra Ngui e Al Zaquan Amer Hamzah, em Kuala Lumpur; Ben Blanchard, em Pequim; Mai Nguyen, Ho Binh Minh e Martin Petty, em Hanói; Tim Hepher, em Paris; e Mark Hosenball, em Washington)

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