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Israel e militantes de Gaza concordam com trégua humanitária de 12 horas

Por Nidal al-Mughrabi e Ari Rabinovitch
Imagem: Por Nidal al-Mughrabi e Ari Rabinovitch

25/07/2014 19h49

Por Nidal al-Mughrabi e Ari Rabinovitch

GAZA/JERUSALÉM (Reuters) - Israel e grupos militantes na Faixa de Gaza concordaram com uma trégua humanitária de 12 horas solicitada pela Organização das Nações Unidas a partir da manhã de sábado, enquanto os esforços para garantir um cessar-fogo de longo prazo avançavam.

O Exército de Israel afirmou que a trégua começará às 8h locais (2h em Brasília), mas que continuará vasculhando túneis clandestinos usados ​​por militantes. Um porta-voz do Hamas, que domina a Faixa de Gaza, disse que todas as facções palestinas irão cumprir a breve trégua.

Os combates continuaram durante a noite, enquanto o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que está na região, vem liderando os esforços internacionais para acabar com os combates que já se arrastam por 19 dias.

Autoridades em Gaza disseram que cinco pessoas morreram em ataques aéreos israelenses, elevando o total de palestinos mortos para 865, a maioria civis.

Mais cedo, militantes dispararam uma saraivada de foguetes de Gaza, o que acionou sirenes em grande parte do sul e do centro de Israel, incluindo no principal aeroporto do país. Não houve feridos, e o sistema antiaéreo Domo de Ferro interceptou muitos dos mísseis.

Israel rejeitou nesta sexta-feira propostas internacionais para um cessar-fogo permanente, disse uma fonte do governo, mas Kerry, falando no Cairo, disse que nenhuma proposta formal ainda foi apresentada.

O principal diplomata dos EUA afirmou que ainda havia divergências sobre a terminologia do acordo, mas que estava confiante de que acabaria dando certo e que "progressos sérios" foram alcançados, embora houvesse mais trabalho a fazer.

NEGOCIAÇÕES

Mediadores esperam que um cessar-fogo possa entrar em vigor antes de um festival muçulmano que começa na próxima semana, mas têm enfrentado dificuldades para resolver diferenças aparentemente irreconciliáveis ​entre Hamas e Israel, que travam um combate desde 8 de julho.

Os esforços para alcançar um cessar-fogo continuarão em Paris, no sábado, quando a França receberá diplomatas de Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, União Europeia, Turquia e Catar, disse uma fonte diplomática francesa.

O Hamas quer o fim do bloqueio israelense e egípcio à Faixa de Gaza antes de concordar com a interrupção das hostilidades. Autoridades israelenses disseram que qualquer cessar-fogo precisa permitir que o Exército possa continuar inspecionando a rede de túneis usados pelo Hamas na fronteira entre Gaza e Israel.

Israel disse que mais três dos seus soldados foram mortos em Gaza nesta sexta-feira, elevando o total de militares mortos para 35, enquanto tropas combatem militantes no norte, leste e sul da Faixa de Gaza, um pequeno enclave que abriga 1,8 milhão de palestinos.

O país também anunciou que um soldado desaparecido depois de uma emboscada em Gaza há seis dias estava morto, embora seu corpo não tenha sido recuperado. O Hamas disse no domingo que tinha capturado o homem, mas não divulgou uma fotografia dele.

Três civis também foram mortos em Israel por foguetes lançados de Gaza, o tipo de ataque que começou no mês passado em meio à fúria do Hamas com uma repressão aos seus militantes na Cisjordânia, o que levou ao lançamento da ofensiva israelense.

O tumulto em Gaza alimentou as tensões na Cisjordânia ocupada, onde o presidente palestino, Mahmoud Abbas, apoiado pelos Estados Unidos, governa em uma incômoda coordenação com Israel.

Médicos disseram que oito palestinos foram mortos em incidentes separados perto das cidades de Nablus e Hebron, incluindo um tiro que, segundo testemunhas, foi disparado aparentemente por um colono judeu.

Na noite de quinta-feira, 10 mil manifestantes marcharam em solidariedade com a situação em Gaza, perto da capital administrativa palestina, Ramallah, recordando as grandes revoltas do passado.

Manifestantes avançaram contra um posto de controle do Exército israelense, atirando pedras e coquetéis molotov, e médicos palestinos disseram que uma pessoa foi morta e 200 ficaram feridas quando as tropas abriram fogo.

A Organização para a Libertação da Palestina, de Abbas, pediu mais manifestações na Cisjordânia e disse que estava, ao mesmo tempo, trabalhando para garantir um acordo de cessar-fogo.