Aécio vê falta de parceria em crise de água em SP, Dilma diz que governo ajudou
SÃO PAULO (Reuters) - A crise de abastecimento de água em São Paulo ganhou mais peso na disputa pela Presidência da República nesta segunda-feira, depois que Aécio Neves (PSDB) afirmou que faltou parceria do governo federal com o governo local e a candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, respondeu que seu governo fez tudo que o Estado pediu e viu falta de planejamento do governo tucano.
O assunto foi trazido à disputa nacional por Dilma, que usou o tema em sua propaganda eleitoral para afirmar que houve falta de planejamento e que a crise em São Paulo, governado desde 1995 pelo PSDB, é um exemplo do modelo de governo tucano.
O Estado de São Paulo enfrenta em 2014 a pior crise hídrica dos últimos 80 anos. Temperaturas mais altas que a média no início do ano aliadas com chuvas fracas no período não recuperaram as represas para o período seco, quando a pluviosidade normalmente é significativamente menor, levando algumas regiões a sofrerem com a falta d'água.
"Talvez tenha faltado uma parceria maior com o governo federal", disse o presidenciável tucano, durante visita ao Santuário Nossa Senhora da Piedade, na região de Caeté (MG).
Aécio elogiou a política adotada pelo governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), reeleito em primeiro turno no último dia 5, de dar bônus aos consumidores que economizarem água e criticou o que chamou de "aparelhamento" da Agência Nacional de Águas, responsável por regulamentar o setor.
"Se não tivesse o governo do PT servido a outros fins, nós lembramos bem, quais foram as indicações e os critérios adotados para ocupar cargos na ANA, ela poderia ter sido uma parceira maior do governador (Alckmin)", afirmou.
Mais tarde, em entrevista coletiva em São Paulo, a presidente afirmou que seu governo atendeu a todos os pedidos de Alckmin, e, em uma reunião sobre o assunto em março, o alertou que seriam necessárias obras emergenciais para combater o problema.
"Quando a situação é grave, porque o planejamento faltou, há que se fazer obras emergenciais", disse Dilma aos jornalistas.
Ela lembrou que Alckmin mostrou-se interessado em uma transposição do rio Paraíba do Sul, o que gerou uma disputa entre São Paulo e Rio de Janeiro que, segundo a petista, está sendo mediada pelo governo federal e próxima de uma solução.
Dilma também contou que disse ao governador que o governo federal poderia ajudar com financiamento e que ajudou efetivamente em todas as circunstâncias.
"Dependemos do projeto feito pelo governador. Qualquer tentativa de transferir responsabilidade para o governo federal, nós olhamos com grande estranheza", disse Dilma.
(Reportagem de Tatiana Ramil)