Marta Suplicy pede desfiliação do PT; partido diz que recebe carta com "indignação"

  • © Nacho Doce / Reuters

BRASÍLIA (Reuters) - A senadora Marta Suplicy (SP), liderança histórica do PT e ministra tanto do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, pediu nesta terça-feira sua desfiliação do partido.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, a senadora afirma ainda que o partido se "desviou" do caminho certo e se "contaminou com o poder".

A senadora também preparou uma carta endereçada aos dirigentes da sigla, dizendo-se "isolada e estigmatizada" pela direção partidária. Marta também afirma que os crimes imputados a petistas, foco de investigações pela Polícia Federal, lhe causam um "grande constrangimento".

"É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou", disse a senadora na carta.

"No meu sentir e na percepção de toda a nação, os princípios e o programa partidário do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente", afirmou Marta, acresentando que a legenda não tem mais abertura para o diálogo com suas bases.

Na carta destinada a dirigentes do PT, Marta argumenta ainda que a direção do PT vem "restringindo, cerceando e limitando" sua atuação no Congresso.

"Não fui ouvida. Não tenho compromisso com os reiterados desvios programáticos e toda sorte de erros cometidos".

AMBIÇÃO ELEITORAL

Em nota, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que o partido recebeu a carta de Marta "com indignação" e que ela não teve suas atividades cerceadas pela legenda.

Falcão acusa a senadora de retribuir "com falta de ética" a "confiança" depositada nela pelo partido.

"Apesar dos motivos enunciados, entendemos que as razões reais da saída se devem à ambição eleitoral da senadora e a um personalismo desmedido que não pôde mais ser satisfeito dentro de nossas fileiras", afirmou o presidente petista na nota.

"Ao renegar a própria história e desonrar o mandato, Marta Suplicy desrespeita a militância que sempre a apoiou e destila ódio por não ter sido indicada candidata à Prefeitura de São Paulo em 2012."

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

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