De volta à liderança do PMDB na Câmara, Picciani diz que falará com Temer

BRASÍLIA (Reuters) - Voltando a falar como líder do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ) disse nesta quinta-feira que vai conversar com o vice-presidente da República e presidente do partido, Michel Temer, para desfazer mal-entendidos e que quer reunificar a bancada, mas isso não deve alterar os nomes da legenda que irão participar da comissão do impeachment.

Picciani protocolou nesta quinta-feira, na Secretaria Geral da Mesa da Câmara lista com 36 assinaturas apoiando sua liderança, de um total de 66 parlamentares que compõem a bancada.

Segundo ele, seis desses nomes que o apoiaram agora estavam na lista que na semana passada deu a liderança ao deputado Leonardo Quintão (MG). A intenção, disse, é não permitir nova coleta de assinaturas como a que o destituiu da liderança.

“Nós vamos reunificar a bancada. Esse instrumento da lista é ruim para bancada e para o partido”, disse Picciani.

Ele também prometeu buscar diálogo com Temer.

“Eu fui vítima, e o presidente Temer também, de uma falsa polêmica, na qual se tentou criar um clima de que havia declarações minhas desrespeitosas ao vice-presidente, e vice-versa, isso não ocorreu", disse.

Segundo o ministro da Saúde, o também peemedebista Marcelo Castro, o movimento para substituir Picciani por Quintão foi articulado por Temer e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).[nL1N1452EL]

Picciani procurou evitar polêmicas agora. "Eu, pessoalmente, tenho grande apreço e respeito pelo presidente do PMDB e vice-presidente da República e vou dizer a ele que reassumi a liderança com compromisso de não permitir o prolongamento dessa prática de coleta de assinaturas e que faremos a eleição para a liderança em fevereiro próximo.”

O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), da ala contrária a Picciani, disse que a retomada da liderança por Picciani não mudará a nomeação dos oito peemedebistas que farão parte da comissão especial que analisará o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que seria, segundo ele, a principal causa da disputa pela liderança.

“O que ele queria era indicar esses nomes, mas não pode, pois o Supremo Tribunal Federal deve reconhecer a eleição da chapa”, disse Lúcio Vieira.

Na véspera, o relator do processo que questiona o trâmite do impeachment no STF, ministro Edson Fachin, considerou legítima a eleição que escolheu uma chapa avulsa, com dissidentes do PMDB para representar o partido na comissão do impeachment. A questão, porém, ainda precisa ser votada pelos demais ministros da corte. 

Picciani disse que só decidirá em fevereiro se vai disputar a recondução ao cargo.

(Reportagem de Leonardo Goy)

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