Petrobras confia em desinvestimentos e não prevê socorro do Tesouro

  • Por Marta Nogueira

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Ainda que tenha muitos desafios, a Petrobras está confiante que cumprirá a meta de desinvestimentos de mais de 14 bilhões de dólares neste ano, o que permitiria à companhia atingir um caixa em meados de 2017 de 15 bilhões de dólares, caso não capte recursos no mercado.

Segundo o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, a empresa não trabalha atualmente com a hipótese de acessar o mercado internacional de capitais, por não considerá-lo atrativo, e também não prevê nenhum tipo de socorro do Tesouro brasileiro.

"O que a nossa diretoria fez desde o início foi afastar a hipótese de recorrer ou ser assistida pelo Tesouro. Se nós não tivéssemos feito tomadas de decisão que foram tomadas, já teríamos há muito tempo batido na porta do Tesouro", afirmou Monteiro, citando o corte de investimentos como uma das medidas.

A empresa, que tem a maior dívida entre as petroleiras do mundo, considera alternativas para obter recursos no mercado ao longo do ano, como financiamento por meio de estrutura de leasing financeiro de plataformas e empréstimo com agências de crédito.

Monteiro destacou que novos cortes do plano de negócios da empresa poderão ser realizados caso haja um consenso de mercado e na empresa de que o preço do barril de petróleo tipo Brent, referência mundial, ficará no ano abaixo da média considerada pela companhia atualmente.

O petróleo Brent fechou nesta sexta-feira abaixo de 29 dólares por barril.

O executivo reiterou ainda que a empresa trabalha forte na redução de custos e afirmou que uma nova onda de demissões de terceirizados deve ser realizada neste ano.

DESINVESTIMENTO DA TRANSPETRO

O plano de desinvestimento da Petrobras tem atualmente de 20 a 30 projetos relacionados para possível venda, segundo explicou Monteiro. A carteira de projetos é mutável e depende de diversos fatores como o comportamento do mercado e o interesse de investidores.

Monteiro revelou que a subsidiária de transportes, a Transpetro, foi incluída na lista de ativos que podem ser desinvestidos pela companhia. Entretanto, explicou que o processo está muito no início e que ainda não poderia entrar em detalhes sobre o que está sendo discutido.

Na quinta-feira, segundo Monteiro, o banco que foi contratado para apresentar alternativas para a Transpetro fez a primeira apresentação para executivos da empresa.

"A única coisa que eu posso adiantar é que a Transpetro tem dois grandes negócios dentro dela, um negócio chamado 'shipping' (transporte marítimo) e... ela é prestadora de serviços dos oleodutos que são da Petrobras", afirmou Monteiro.

A partir da apresentação feita pelo banco, cujo nome não foi revelado pelo diretor, a empresa vai estudar oportunidades. Uma eventual venda de ativos da Transpetro dependerá ainda da aprovação da diretoria da empresa e posteriormente do Conselho da Petrobras.

O executivo também se disse surpreso com o interesse de alguns investidores por ativos de fertilizantes da Petrobras.

Segundo Monteiro, a diretoria tem buscado determinadas áreas da empresa para explicar qual a importância da realização de desinvestimentos de ativos.

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