ONU suspende negociações da Síria; forças do governo avançam para Aleppo

Por John Irish e Tom Miles

GENEBRA (Reuters) - Um enviado da Organização das Nações Unidas suspendeu nesta quarta-feira as suas tentativas de lançar um diálogo de paz para a Síria depois que o Exército, apoiado por ataques aéreos russos, fez um grande avanço contra forças rebeldes ao norte de Aleppo, fechando rotas de suprimento da oposição vindas da Turquia para a cidade.

No que os rebeldes chamaram de um ataque punitivo, as forças do governo terminaram com um cerco de três anos e meio das cidades xiitas de Nubul e al-Zahraa, uma ação chave na campanha mais ampla para recuperar Aleppo, a maior cidade síria antes da guerra.

O avanço territorial do governo se deu depois de centenas de bombardeios de aviões russos. As Nações Unidas afirmaram que haviam sido informadas que centenas de famílias foram desalojadas depois de “uma frequência sem precedentes de ataques aéreos nos últimos dois dias”. Três agentes de socorro estão entre os mortos.

O enviado das Nações Unidas Staffan de Mistura anunciou uma pausa de três semanas nas negociações de Genebra, a primeira tentativa de acordar um fim para a guerra síria em dois anos. Ele havia formalmente aberto as discussões na sexta-feira, mas os dois lados negaram de que elas haviam começado.

“Eu tenho indicado desde o primeiro dia que eu não vou negociar por negociar”, declarou o enviado à imprensa, dizendo que ele precisava de ajuda imediata dos apoiadores internacionais liderados pelos Estados Unidos e Rússia, que dão apoio a lados opostos na guerra.

As facções de Aleppo disseram à delegação da oposição no fim da terça-feira que eles iriam derrubar as negociações dentro de três dias se a ofensiva não terminasse, disse uma fonte com acesso às discussões.

O enviado das Nações Unidas havia descrito a tentativa de negociar um fim para a guerra que já matou 250 mil pessoas como a última esperança da Síria.

"Eu conclui francamente que, depois dessa primeira semana de discussões preparatórias, há mais trabalho para ser feito não somente por nós, mas pelas partes interessadas”, declarou ele depois de se reunir com a delegação da oposição, liderada pelo recém-chegado coordenador, Riad Hijab, que, segundo os diplomatas, é uma pessoa que tende a unificar os rebeldes.

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