Presidente da Turquia diz que mais de 5 mil militantes curdos foram mortos desde julho

Por Seyhmus Cakan

DIYARBAKIR, Turquia (Reuters) - As forças de segurança da Turquia mataram mais de 5 mil militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) desde que o cessar-fogo entre o grupo proscrito e o Estado turco desmoronou em julho passado, disse o presidente turco, Tayyip Erdogan, nesta segunda-feira.

A cifra sugere um grande revés para a organização, que realiza uma campanha armada por autonomia na região de maioria curda do sudeste da Turquia desde 1984.

Erdogan afirmou ainda durante discurso na Escola de Guerra das Forças Armadas da Turquia que 355 efetivos das forças de segurança turcas morreram no período, de acordo com a agência estatal de notícias Anadolu.

O sudeste da nação está mergulhado na violência desde julho do ano passado. As forças de segurança vêm combatendo o PKK e sua ala jovem, conhecida como Movimento da Juventude Patriótica Revolucionária (YDG-H, na sigla em curdo) em centros urbanos densamente povoados, um confronto que representa o período mais letal em pelo menos duas décadas de insurgência.    

Nesta segunda-feira, um governante local eleito da cidade de Sarioren, na província de Sanliurfa, foi morto a tiros depois que supostos militantes tomaram seu carro, disseram fontes de segurança. Eles fugiam depois de detonarem um explosivo que visava um veículo militar. Três soldados ficaram feridos na detonação, afirmaram as fontes.

Os militares disseram que 25 militantes do PKK foram mortos nas cidades de Nusaybin, Sirnak e Yuksekova durante os embates do final de semana.

Não foi possível verificar de maneira independente os números de Erdogan. A Anadolu não informou se eles incluem os ataques da Força Aérea turca a campos do PKK no norte do Iraque.

Em anos anteriores, os militares estimaram a força de combate total do PKK em cerca de 5 mil efetivos, contando os membros da guerrilha em áreas rurais da Turquia e do norte iraquiano.

Fontes de segurança disseram que o YDG-H sofreu grande parte das baixas desde julho passado, e analistas já afirmaram que o PKK continua a atrair grande número de novos combatentes.

A legenda turca opositora Partido Democrático do Povo (HDP, na sigla em turco), que recebe grande parte do voto curdo, afirma que cerca de 500 civis também foram vitimados nas operações militares, que foram intensificadas em dezembro passado. Essa cifra tampouco pôde ser verificada de forma independente.

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