Dono de empreiteira cita Temer, Renan e campanha de Dilma em tentativa de delação, diz Época

(Reuters) - O engenheiro José Antunes Sobrinho, um dos donos da empreiteira Engevix, disse, em tentativa de delação premiada, ter pago propina a operadores que falavam em nome do vice-presidente da República, Michel Temer, e do presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira pela revista Época.

O engenheiro, que está preso em Curitiba desde setembro e resolveu tentar fechar um acordo de delação premiada com os procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato, também disse que teria sido pressionado a fazer pagamentos para a campanha para a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, segundo a publicação.

Ele teria citado nominalmente Temer, Renan e do ministro Edinho Silva (Comunicação Social), entre outros.

Em nota, a assessoria de imprensa da Vice-Presidência da República disse que Temer "repudia com veemência as informações errôneas publicadas hoje na revista Época" e afirma que ele "não intermediou interesses empresariais escusos em qualquer órgão público nacional. Não cobrou ou delegou poderes a quem quer que seja para arrecadar recursos eleitorais irregulares para sua campanha a vice-presidente em 2014 ou 2010".

Antunes também afirmou ter pago milhões em propina ao caixa clandestino do PT em razão de vantagens indevidas obtidas pela Engevix na Caixa Econômica Federal, na Funcef, fundo de pensão dos funcionários do banco estatal, na usina de Belo Monte, na Petrobras e no Banco do Nordeste, diz a Época.

O ministro Edinho Silva também divulgou nota rejeitando as acusações e reiterando que todas as doações "à campanha presidencial de Dilma-Temer 2014 foram realizadas por livre e espontânea vontade, de maneira ética e dentro do que determina a Legislação".

"O diálogo supostamente contido na delação premiada de José Antunes Sobrinho nunca existiu", disse o ministro em nota. "Sinto-me profundamente atingido pelas mentiras que têm sido divulgadas pela imprensa a partir de vazamentos de supostas delações premiadas."

Na própria reportagem, a Época reproduz nota de Renan, na qual o senador afirma que "a chance de eu ter praticado qualquer impropriedade com essa ou outra empresa em órgãos públicos é zero".

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