Plano Safra 2016/17 oferece R$203 bi e juros mais altos

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Plano Safra para a nova temporada 2016/17 vai oferecer 202,88 bilhões de reais em financiamentos para a agricultura empresarial, num aumento de 8 por cento nos recursos globais ofertados ante 2015/16, mas os empréstimos com juros controlados ficarão mais caros, informou nesta quarta-feira o Ministério da Agricultura durante o lançamento do programa.

O ministério destacou que o montante para custeio e comercialização a juros controlados cresceu 20 por cento sobre a safra anterior, a 115,8 bilhões de reais. Contudo, as taxas de juros vão variar de 8,5 a 12,75 por cento ao ano, num ajuste inferior ao visto no mercado, segundo o governo.

No plano 2015/16, o juro cobrado para a maior parte dos recursos de custeio foi de 8,75 por cento.

O plantio da nova safra de soja e milho, grãos que respondem pela maior parte da produção nacional, ocorre a partir de setembro. Com o anúncio dos recursos, os agricultores do Brasil, um dos maiores produtores globais, poderão melhor planejar sua atividade.

O ministério anunciou ainda que negociou com bancos a emissão de 10,25 bilhões de reais em Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) para os produtores a juros controlados, uma novidade em relação ao plano anterior, em que os juros eram exclusivamente livres nessa modalidade e por isso menos atrativos.

Segundo a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, o direcionamento via LCAs deve garantir ainda mais de 30 bilhões de reais em recursos a juros livres, correspondendo a mais da metade dos 53 bilhões de reais projetados para oferta para custeio e comercialização a taxas de mercado.

Em outra frente, o ministério também divulgou que os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) emitidos por empresas que desejam atrair investidores poderão ser corrigidos em moeda estrangeira desde que lastreados na mesma condição.

INVESTIMENTO

Na safra 2016/17, os recursos para investimentos serão de 34,045 bilhões de reais, dos quais 29,37 bilhões de reais em juros controlados, recuo de 11,8 por cento em relação aos 33,3 bilhões de reais da safra 2015/16.

Segundo a ministra, a queda decorre da percepção do governo de que é preferível elevar os recursos para o custeio, já que é natural que haja arrefecimento dos investimentos em ano de crise.

"Em relação ao plantio, ele (produtor) não tem solução. Ele tem que plantar de qualquer jeito. É a máquina que tem que girar", afirmou.

A ministra destacou que a subvenção do Tesouro para o plano safra 2016/17 será de cerca de 6,2 bilhões de reais, ante cifra de 5,2 bilhões de reais no plano 2015/16.

O aumento de 1 bilhão de reais do aporte da União se dará, entre outros fatores, pela maior equalização de juros, na esteira da maior oferta de crédito a juros controlados.

(Por Marcela Ayres)

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