Brasil não tem indício de presença de ex-preso de Guantánamo no país, diz ministro

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil não tem nenhum indício ou informação de que o ex-detento de Guantánamo Jihad Diyab, um sírio que foi enviado pelos Estados Unidos ao Uruguai como refugiado, tenha viajado para o Brasil, disse nesta quarta-feira o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

Diyab, que fez parte de um grupo de seis suspeitos de terrorismo de Guantánamo que passaram a viver no Uruguai mediante um acordo com os EUA em 2014, deixou o país vizinho, segundo autoridades uruguaias, e existe uma preocupação de que tenha viajado ao Brasil às vésperas dos Jogos Olímpicos de agosto no Rio de Janeiro.

"As autoridades uruguaias informaram que esse extremista saiu do Uruguai e perderam o rastreamento dele. Pediram para a Argentina informações, e não temos indício de que esteja em território nacional", disse o ministro a jornalistas, após cerimônia de apresentação de plano de segurança da Olimpíada.

As suspeitas da possível presença de Diyab no país levaram a companhia área Avianca a emitir um boletim de segurança solicitando que eventuais informações sobre a presença dele fossem repassadas à Polícia Federal. Procurada pela Reuters, a empresa disse na semana passada que adotou procedimento padrão em casos desse tipo e acrescentou que sempre colabora com a PF.

Segundo Moraes e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também participou da apresentação do plano de segurança para a Olimpíada do Rio, que acontece de 5 a 21 de agosto, não existe qualquer ameaça potencial de atentado terrorista no Brasil.

Os dois ministros afirmaram que o país tem as ferramentas necessárias, inclusive conectadas a outros países, sobre a movimentação de eventuais terroristas por todo o mundo.

"Temos todas as informações e o cadastro de terroristas potenciais e simpatizantes de terroristas. Trabalhamos com o que há de mais moderno no combate ao terrorismo, e temos tudo que os demais países têm", disse Jungmann.

Equipes de inteligência que atuam próximas ao plano de segurança dos Jogos Olímpicos detectaram em junho a abertura de uma conta em português em um aplicativo de mensagens para a troca de informações sobre o grupo militante Estado Islâmico, de acordo com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Em abril, a agência já havia detectado a autenticidade de um perfil do Twitter em que o francês Maxime Hauchard, suposto integrante do Estado Islâmico, afirmava que o Brasil seria um alvo do grupo. Apesar disso, as autoridades garantem que não há risco de ataque no país.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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