Sete Brasil vai buscar até US$5 bi em plano de reorganização

Por Guillermo Parra-Bernal

SÃO PAULO (Reuters) - A Sete Brasil Participações apresentou nesta sexta-feira um esboço de seu plano de reorganização que inclui a busca de até 5 bilhões de dólares em recursos e uma drástica redução do tamanho da companhia, meses depois da empresas de sondas petrolíferas ter pedido recuperação judicial.

A Sete Brasil vai pedir aos credores, que incluem alguns dos maiores estaleiros do mundo e bancos do Brasil, para apoiarem o plano que prevê a construção de entre 8 e 12 sondas, ante a perspectiva original de 28, que permitiu a criação da companhia, disse o presidente-executivo da Sete, Luiz Eduardo Carneiro.

Em comunicado ao mercado, a Sete afirmou que a estrutura do plano de recuperação judicial apresenta um "escopo macro sujeito a ajustes e detalhamentos, que se pretende materializar nos próximos 120 dias, até que haja aprovação final pela assembleia de credores".

O levantamento de fundos pode variar dependendo do número de sondas a serem construídas e entregues à sua única cliente, a Petrobras, disse Carneiro. Apesar de buscar de outros clientes ser uma possibilidade, a prioridade da Sete é convencer a estatal a assinar o contrato de aluguel das sondas, disse Eduardo Sampaio, da Alvarez & Marsal Holdings, principal escritório de assessoria da Sete Brasil.

Criada em 2008 para atender o maior plano de frota de exploração de águas ultraprofundas do mundo, a Sete Brasil teve de pedir proteção da justiça contra credores em abril, depois que esforços para garantir um contrato de longo prazo com a Petrobras fracassaram. A Petrobras detém 5 por cento da Sete.

O projeto de 90 bilhões de dólares começou a ter problemas em 2014, quando a Petrobras e a Sete Brasil mergulharam num escândalo de corrupção investigado pela operação Lava Jato. O escândalo fez o governo atrasar financiamentos e a assinatura do contrato de longo prazo.

A discussão entre gestores da Petrobras, da Sete e acionistas forçou os credores da empresa de sondas a registrarem baixas contábeis envolvendo 15 bilhões de reais em empréstimos.

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