Meirelles diz que ações do governo permitirão queda da taxa de juros estrutural
Por Luiz Gerbelli
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reiterou nesta quinta-feira a confiança na aprovação da PEC do teto de gastos e disse que o controle do crescimento das despesas públicas vai permitir gerar um aumento da renda e do emprego, levando a uma maior disponibilidade de crédito e investimento e, com isso, à queda da taxa de juros estrutural da economia.
"Em última análise, (o controle do crescimento das despesas públicas) vai gerar um aumento da renda e do emprego e queda da inflação, e isso vai permitir que a taxa de juros estrutural da economia possa cair ao longo do tempo", disse o ministro em evento em São Paulo.
Meirelles afirmou estar otimista com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos à inflação do ano anterior. O texto, segundo o ministro, será fechado na segunda e terça-feira da semana que vem.
"Estamos procurando fazer com que o texto seja o melhor possível. Não existe fórmula perfeita, nada que não caiba uma discussão ou aperfeiçoamento", afirmou. "O importante é que a PEC está sendo muito bem recebida não só pela sociedade como pelos líderes partidário."
Na segunda-feira, Meirelles participou de uma reunião que contou com o presidente Michel Temer e os principais líderes partidários para discutir a PEC. "Estamos confiantes que ela vai ser aprovada até o fim deste ano."
Com relação à reforma da Previdência, o ministro afirmou que ainda não há uma definição das mudanças e que ela deverá ser enviada “nas próximas semanas”, e a expectativa é que seja aprovada no ano que vem, “idealmente no primeiro semestre”, disse o Meirelles.
IMPOSTO
O ministro da Fazenda voltou a negar a necessidade de aumento de impostos este ano, embora os números estejam indicando uma queda da arrecadação. “Todas as projeções que estamos fazendo mostram que não se configura a necessidade de aumento de imposto, e a queda da arrecadação estava prevista”, afirmou.
Para 2018, Meirelles também descartou uma alta, mas admitiu a necessidade de aumento de arrecadação. “Acreditamos que uma parte desse aumento virá com o PIB voltando a crescer, o que faz a receita parar de cair. Também vão existir receitas de privatizações e concessões.”