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Com projetos em risco, Biden se reúne com Democratas no Congresso dos EUA

Divisões entre Democratas ameaçam planos de reforçar programas sociais e combater mudanças climáticas - Mandel Ngan/AFP
Divisões entre Democratas ameaçam planos de reforçar programas sociais e combater mudanças climáticas Imagem: Mandel Ngan/AFP

01/10/2021 18h50Atualizada em 01/10/2021 19h22

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi ao Capitólio nesta sexta-feira (1º) para tentar resolver as divisões em seu Partido Democrata que ameaçam os planos ambiciosos do governo de reforçar programas sociais, combater a mudança climática e reconstruir estradas e pontes do país.

Biden se encontrou na Câmara dos Deputados com democratas que continuam em desacordo por causa de dois grandes projetos de lei que constituem o cerne de sua agenda interna.

Membros da ala progressista do partido prometem bloquear uma conta de infraestrutura de US$ 1 trilhão até que possam ter certeza de que os centristas não irão inviabilizar um projeto maior de gastos sociais e mudanças climáticas. Os centristas dizem que o preço atual do pacote, de US$ 3,5 trilhões, é alto demais.

O presidente reconheceu em uma reunião a portas fechadas que os democratas atualmente não têm votos suficientes para aprovar os dois enormes projetos de lei que dividem moderados e progressistas, disseram parlamentares.

"Não importa se serão seis minutos, seis dias ou seis semanas. Vamos fazer isso", disse Biden a repórteres após a reunião.

Os presidentes dos EUA raramente visitam o Capitólio, preferindo convocar parlamentares à Casa Branca para discussões. Os democratas disseram esperar que a visita de Biden possa ajudar a resolver a questão.

"Acho que o presidente pode ser a única pessoa que pode preencher a lacuna de confiança e a lacuna de tempo", disse o deputado Dean Phillips.

Os líderes democratas na Câmara não pareciam ter um plano claro para resolver o impasse após uma reunião anterior. "Estamos trabalhando para chegar a um lugar onde todos se sintam confortáveis", disse o democrata número 2 da Câmara, Steny Hoyer, a repórteres.

Com uma maioria estreita na Câmara dos Deputados, o partido de Biden não pode se dar ao luxo de perder votos para a legislação de infraestrutura, que irá dobrar os gastos com estradas e outras obras. O projeto já foi aprovado no Senado com apoio bipartidário.

Os democratas disseram que também planejam uma votação para garantir que o financiamento do transporte, que expirou na quinta-feira, não seja interrompido enquanto eles continuam a negociar.

Os progressistas têm afirmado que não votarão a favor do projeto de infraestrutura até que o partido concorde com uma versão do projeto de gasto social que eles consideram aceitável.

Os progressistas estão irritados com o fato de dois moderados do Senado — os democratas Joe Manchin e Kyrsten Sinema — se oporem ao tamanho do plano de Biden para impulsionar os gastos sociais e combater as mudanças climáticas. O Senado está dividido em 50 a 5 entre democratas e republicanos, de modo que todos os votos democratas são necessários para aprovação, com a vice-presidente Kamala Harris como desempate.

O Congresso, que evitou uma paralisação do governo politicamente prejudicial na quinta-feira, tem pouco tempo para se concentrar na disputa pela infraestrutura devido a outro prazo que se aproxima rapidamente: o teto da dívida.

Um default (descumprimento) histórico da dívida dos EUA pode ocorrer por volta de 18 de outubro, estimou a secretária do Tesouro, Janet Yellen, se o Congresso não conceder ao governo autoridade adicional de endividamento além do atual limite estatutário de US$ 28,4 trilhões.