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ONU pede R$ 29 bi para ajuda humanitária ao Afeganistão; valor é recorde

ONU garantiu que recursos para ajuda humanitária não cairão nas mãos do Talibã, que governa o país - Bulent Kilic/AFP
ONU garantiu que recursos para ajuda humanitária não cairão nas mãos do Talibã, que governa o país Imagem: Bulent Kilic/AFP

Jérémie Lanche

Em Genebra (Suíça)

11/01/2022 14h09Atualizada em 11/01/2022 14h12

É a maior ajuda humanitária da história solicitada para um único país. A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu hoje mais de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 28 bilhões) para apoiar o Afeganistão em 2022.

Seis meses após a tomada do poder pelos talibãs, mais da metade da população do país está à beira da crise alimentar.

As Nações Unidas pedem para a comunidade internacional evitar uma "catástrofe". A ONU promete que as verbas destinadas ao Afeganistão não irão cair nas mãos do regime islâmico.

Mais de 23 milhões de afegãos precisam de ajuda humanitária. Entre eles, 9 milhões de deslocados e 1 milhão de crianças poderiam morrer de fome se nada for feito.

"Se o país desmoronar, veremos uma crise migratória muito mais grave que a atual" alerta o Alto Comissário para Refugiados da organização, Filippo Grandi.

O vice-secretário-geral da ONU, Martin Griffiths, conclama os Estados a não darem as costas aos afegãos.

"Temos que levar comida às famílias, fornecer grãos aos agricultores para que eles possam plantar e colher, e viabilizar os serviços de saúde em todo o país", estima Griffiths.

"Diante da nova realidade política, temos que proteger todas as pessoas que desejam entrar no Afeganistão", diz.

Resolução do Conselho de Segurança

A nova realidade afegã é, claro, resultado da política imposta pelo Talibã. A situação levanta questões para os trabalhadores humanitários, principalmente em relação ao acesso à saúde e à educação de mulheres.

No mês passado, o Conselho de Segurança votou uma resolução que permite o envio de ajuda, sem a participação ou benefício dos novos governantes.

As verbas recolhidas serão utilizadas para pagar funcionários públicos, principalmente professores e profissionais da saúde que não recebem seus salários desde a queda de Cabul, em agosto de 2021.