Os corpos das vítimas do acidente do voo 447 da Air France que estiverem “muito danificados” não serão resgatados do fundo do mar, segundo informaram nesta terça-feira os juízes franceses que investigam o caso. A informação foi divulgada aos familiares das vítimas por meio de uma carta.

“Para preservar a dignidade e o respeito das vítimas e de que chora por elas, tomamos a decisão de não resgatar os corpos que estiverem muito danificados”, diz o comunicado.

Até agora, dois corpos já foram resgatados do fundo do Oceano Atlântico, em diferentes estados de conservação. O próximo passo é realizar análises para ver se é possível identificar cada um dos corpos, o que para as autoridades, será difícil devido ao forte impacto na queda do avião e ao tempo que os corpos ficaram no mar.

“Por isso só vamos entregar os corpos que puderem ser identificados”, justificam os juízes.

As caixas pretas do Airbus A330 da Air France que caiu no Oceano Atlântico quando voava do Rio de Janeiro a Paris desembarcarão na quinta-feira no aeroporto parisiense de Le Bourget, onde serão analisadas, anunciou o Escritório de Investigações e Análises (BEA) francês.

Os especialistas esperam que as duas caixas pretas, que contêm as gravações dos parâmetros da aeronave durante o voo e as conversas dos pilotos, permitam explicar as causas da catástrofe que matou 228 pessoas.

As caixas pretas foram localizadas em abril entre os destroços do avião a uma profundidade de 3.900 metros.

Ainda não foi possível saber se as informações das caixas pretas, que permaneceram no mar por quase dois anos, são legíveis.  A leitura dos dados pode durar alguns dias ou várias semanas, em função do estado dos aparelhos.

Além das caixas pretas, os operários recuperaram na segunda-feira um motor e outra peça que pode ser muito importante para a investigação.

O voo 447 da Air France que saiu do Rio com destino a Paris caiu no mar no dia 1º de junho de 2009 com 12 tripulantes e 216 passageiros. Ninguém sobreviveu.

*Com informações da Efe