Cérebro de ouvinte mimetiza o de contador de história, diz estudo
DA NEW SCIENTIST
Folha.com
Um novo estudo apoia a velha ideia de que duas pessoas podem "entrar em sintonia" quando estão conversando. A prova vem de um estudo que utiliza imagens cerebrais obtidas por aparelho de ressonância magnética funcional.
Onze indivíduos tiveram seus cérebros escaneados enquanto escutavam uma mulher contar uma história.
O padrão de ativação dos ouvintes seguia de perto o padrão da contadora de histórias, embora atrasados em até 3 segundos. Em alguns ouvintes, os padrões antecediam os padrões da contadora de histórias.
"Descobrimos que os cérebros dos participantes ficaram intimamente acoplados durante a 'conversa', com as respostas no cérebro do ouvinte mimetizando as do falante", disse Uri Hasson, da Universidade de Princeton.
A equipe de Hasson monitorou a força desse acoplamento, medindo o tamanho da sobreposição de padrões. Ouvintes com mais sobreposição recontavam a história ouvida melhor do que ouvintes com menor sobreposição. "Quanto mais similares os padrões de ativação durante uma conversa, melhor o entendimento", conclui Hasson.
Não havia, no entanto, nenhuma sincronia nos padrões entre o contador de histórias e o ouvinte quando eles ouviam a história em russo, língua que não compreendiam.
O estudo foi publicado na prestigiosa revista "Proceedings of the National Academy of Sciences".