Após jejum, Bolsonaro prevê que "caos social matará mais do que corona"
Domingo, 5 de abril de 2020. No mesmo dia em que Bolsonaro convocou junto com líderes evangélicos uma jornada de jejum e orações contra a pandemia, o Ministério da Saúde anunciou que o número de mortos subiu para 486 e já são 11.130 os casos confirmados de coronavírus no Brasil.
No final da tarde, o presidente participou de um ato com seguidores religiosos, em frente ao Palácio da Alvorada.
Ajoelhado diante de um pastor, Bolsonaro ouviu que "não haverá mais mortes no país pelo coronavírus!" e que seus opositores são "instrumentos de satanás".
Desde cedo, grupos religiosos já estavam entoando cânticos e orações à espera do presidente.
Quem serviu de porta-voz para falar com jornalistas foi o ex-deputado federal Alberto frga (DEM-DF), velho amigo de Bolsonaro que já foi várias vezes cotado para ser ministro.
"Claro que ele está preocupado demais com a situação do país, dizendo que a economia já foi para o beleléu. O caos social que vai vir vai matar muito mais do que o corona", previu o presidente, segundo o relato do amigo deputado.
Fraga disse que Bolsonaro não vai mais dar uma "canetada" para reabrir o comércio, como ameaçou na semana passada, em entrevista à rádio Jovem Pan. "Não vai mais fazer decreto. Ele tem consciência de que se fizer um decreto, o Congresso derruba".
Menos mal. Mas o presidente passou o dia nas redes sociais postando vídeos e mensagens em que defende o uso indiscriminado do medicamento cloroquina, em lugar do isolamento social recomendado pelo Ministério da Saúde.
O único ministro que esteve com o presidente foi o da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos.
De acordo com as visitas, Bolsonaro tomou apenas uma xícara de café durante o jejum religioso.
A boa notícia do dia para o presidente foi a pesquisa Datafolha, na qual 59% dos entrevistados se mostraram contrários à renúncia de Bolsonaro, em função da crise que o país vive.
Vida que segue.
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