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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Ministro da Defesa pede reunião entre TSE e militares e acena com diálogo

08.jun.22 - Ministro da Defesa, General Paulo Sérgio Oliveira, fala à Câmara sobre compras de Viagra pelo Exército - Reprodução/TV Câmara
08.jun.22 - Ministro da Defesa, General Paulo Sérgio Oliveira, fala à Câmara sobre compras de Viagra pelo Exército Imagem: Reprodução/TV Câmara

Do UOL, em Brasília

15/06/2022 18h45Atualizada em 15/06/2022 19h34

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O ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, enviou um novo ofício ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, nesta quarta-feira (15), acenando com a possibilidade de melhorar o diálogo com a corte eleitoral, mas solicitando um encontro entre militares e técnicos do TSE para discutir as "divergências técnicas" em relação ao processo eleitoral e as urnas.

"Para que se possa dar concretude ao diálogo proposto, solicito a Vossa Excelência o agendamento de um encontro entre as equipes técnicas do Tribunal e das Forças Armadas", escreveu o ministro.

Na segunda-feira (13), Fachin respondeu um outro ofício de Paulo Sergio, no qual ele afirmava que o TSE não estava "prestigiando" os militares, e pregou a necessidade de "diálogo interinstitucional" como forma de fortalecer a democracia.

No documento anterior, o ministro da Defesa reclamou de que, até o momento, não foi possível realizar discussões técnicas a cerca de nenhuma das sete sugestões apresentadas ao TSE. Isso porque, segundo ele, a Corte Eleitoral sinalizou que "não pretende" fazê-lo.

Segundo apurou a coluna, o objetivo do general foi pressionar para Fachin agende a reunião entre os técnicos, o que poderia ser uma forma de tentar desgastar o TSE.

No ofício enviado hoje a Fachin, Paulo Sergio afirmou que o objetivo da reunião seria "dirimir eventuais divergências técnicas surgidas nos trabalhos da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e discutir as propostas apresentadas pelas Forças Armadas".

Paulo Sergio diz ainda que não foi o Ministério da Defesa que apresentou as propostas técnicas ao TSE e que a pasta apenas reiterou as propostas das Forças Armadas, elaboradas no âmbito da CTE, "entendidas como essenciais para fortalecer a segurança, a transparência, a confiabilidade e a auditabilidade do processo eleitoral".

"Por fim, reitero a Vossa Excelência a certeza de que a manutenção do diálogo ora em comento é um importante instrumento para a construção de soluções que contribuam para o ambiente de paz e de tranquilidade da sociedade brasileira", escreveu.

Recentemente, o presidente do TSE afirmou que quem trata das eleições no Brasil são as "forças desarmadas" e que a Justiça Eleitoral não aceitará intervenções no processo eleitoral. A declaração de Fachin aconteceu em meio à escalada dos ataques infundados do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas.