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Campanha diz a Bolsonaro que atacar urnas não rende votos e pede mudança
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O embate do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com o chefe do Executivo investindo em sistemáticos ataques às urnas eletrônicas, tem sido mal avaliado por integrantes da pré-campanha à reeleição.
O núcleo político da campanha, liderado pelo senador Flávio Bolsonaro e pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem avisado ao presidente que sua postura contra o sistema eleitoral pode enfraquecer a candidatura.
Pesquisas do núcleo de marketing da campanha apontaram que o eleitor tem classificado o comportamento de Bolsonaro como de um "provável perdedor", ou seja, suas brigas com o TSE estão sendo vistas por parte do eleitorado como um "discurso de derrotado".
A avaliação é de que os ataques de Bolsonaro agradam apenas os chamados "convertidos", mas "assustam os indecisos".
A orientação é para que o presidente aposte em uma agenda positiva, exaltando feitos do governo e reforce falas a respeito dos programas, como o Auxílio Brasil, por exemplo.
Os levantamentos que estão sendo feitos pelo PL também apontam que o programa social de transferência de renda ainda é muito associado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Justamente por isso, os auxiliares têm pedido que Bolsonaro reforce sempre que possível o fato de o governo ter conseguido aumentar o valor do benefício para R$ 400.
A campanha prepara material focado no que está sendo chamado de "legado" do governo para municiar Bolsonaro com informações e incentivar que ele passe a adotar um tom que "renda votos".
Bolsonaro não acredita em pesquisas
Uma das dificuldades para convencer o presidente a moderar o discurso é que ele também costuma atacar as pesquisas. Bolsonaro tem aparecido em segundo lugar nas intenções de voto, atrás de Lula, e tem questionado os institutos.
Apesar dos conselhos dos políticos e dos marqueteiros da campanha, no núcleo palaciano, o "discurso de um derrotado" não tem eco. Alguns ministros defendem a narrativa de que "as pesquisas estão erradas e que Bolsonaro só não ganha se tiver fraude".
Em um novo capítulo da investida do presidente contra o TSE, os ministros da Defesa, general Paulo Sergio, e da Justiça, Anderson Torres, enviaram ofícios ao presidente Edson Fachin informando que as Forças Armadas e a Polícia Federal irão "fiscalizar" as eleições.
A legislação eleitoral, no entanto, já prevê a utilização das Forças Armadas e da polícia no processo eleitoral. Ou seja, os ofícios dos ministros de Bolsonaro para Fachin não precisariam necessariamente ser enviados. Eles apenas ajudam a reforçar a narrativa do presidente.
Falas que atrapalham a economia
Além de parecer discurso de derrotado, Bolsonaro foi alertado sobre o impacto de suas falas também na questão econômica.
Os discursos raivosos do presidente, segundo avaliam integrantes da campanha, acabam afastando potenciais investidores, que ficam inseguros com a situação política do país.
A campanha apontou ainda que Bolsonaro já tem sofrido desgaste com a questão do preço dos combustíveis e da inflação. Esse é mais um argumento que tem sido usado para que o presidente foque em ações econômicas e não perca tempo em brigas com a Justiça.
O tema da coluna está comentado no podcast O Radar das Eleições.
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