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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Campanha de Bolsonaro 'engole' Braga Netto e agora traça o papel do general

Do UOL, em Brasília

28/06/2022 09h44

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Já estava acertado de que a escolha do vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) caberia ao presidente.

Valdemar Costa Neto, presidente do partido de Bolsonaro, até tentou articular a troca do general Braga Netto pelo nome da ex-ministra Tereza Cristina, mas não deu certo.

Agora, no entanto, a avaliação de integrantes da campanha é que a escolha está feita e será preciso trabalhar com esse cenário. Ou seja, nas palavras de um membro do núcleo da campanha: "vamos ter que engolir".

"O jeito é ir com ele. Não é o melhor nome, mas é o que tem para hoje. Segue o barco", disse uma fonte da campanha.

Com a proximidade do dia 2 de julho, data que Braga Netto terá que deixar o cargo de assessor especial de Bolsonaro por conta da lei eleitoral, o presidente fez o anúncio em uma entrevista no último domingo.

"Pretendo anunciar nos próximos dias o general Braga Netto como vice", afirmou Bolsonaro, na entrevista. Conforme mostrou o UOL, o anúncio foi feito sem que o centrão e integrantes da campanha fossem avisados.

Braga Netto é visto pelo núcleo político como alguém que não agregará votos ao presidente. Já a escolha de Tereza Cristina poderia diminuir a rejeição de Bolsonaro com parte do eleitorado feminino.

General em campanha

Braga Netto quer ter uma participação mais ativa na campanha e a ideia é que o general concentre agendas principalmente no Rio de Janeiro, onde foi o responsável, em 2018, pela intervenção durante o governo Michel Temer. Ele também deve focar em conversas com empresários em Minas Gerais, estado em que nasceu.

O general inclusive já participou de reuniões com Valdemar Costa Netto e com o filho do presidente senador Flávio Bolsonaro, que é um dos coordenadores da campanha. A ideia é desenhar uma agenda para que Braga Netto possa conquistar "pelo menos algum voto".

Medo de impeachment

A escolha de Braga Netto reforça a preocupação do presidente com alguma possível "traição" da ala política. Bolsonaro já confidenciou a auxiliares que entregar a vaga de vice a alguém do centrão poderia aumentar o risco de impeachment.

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