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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Representante do partido de Bolsonaro causa desconforto em reunião com TSE

Do UOL, em Brasília

02/08/2022 11h18

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O engenheiro Carlos Rocha, que preside o Instituto Voto Legal, foi o escolhido pelo PL para estar como representante do partido na reunião do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ontem (1º). E sua participação chamou atenção de outros integrantes do encontro.

Rocha enviou uma série de perguntas por escrito e, para espanto de algumas fontes presentes, chegou a pedir uma reunião exclusiva apenas para o partido do presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi divulgada no podcast do UOL, o Radar das Eleições.

A mesa que estava coordenando os trabalhos negou o pedido e disse que toda discussão era pública. O encontro foi fechado à imprensa, mas o debate foi feito de modo que todos os participantes tivessem acesso ao conteúdo da apresentação do TSE e das dúvidas que foram levantadas.

Fontes de outros partidos que estavam na reunião avaliaram que o desempenho de Rocha foi ruim e afirmaram que ele demonstrou ter a intenção de causar algum "embaraço" ao TSE. Segundo uma fonte, a participação do representante do PL causou desconforto nos demais presentes.

A avaliação feita é que o TSE estava "afiado" para responder aos questionamentos. Segundo uma fonte, o corpo técnico do TSE soube se posicionar e impedir que Rocha tumultuasse ainda mais a reunião.

Rocha chegou a citar a possibilidade do partido realizar uma auditoria paralela das eleições deste ano. O TSE rebateu e afirmou que já há legislação para realizar a fiscalização das eleições.

A reunião de ontem teve uma exposição o secretário de tecnologia de informação do TSE, Julio Valente. A equipe da Corte expôs cada fase do processo eleitoral e os processos de auditoria conduzidos em cada uma delas.

Fachin dá novos recados a Bolsonaro

Em seu discurso na abertura dos trabalhos da Corte Eleitoral neste semestre, o presidente Edson Fachin ontem fez novas declarações sobre as eleições, como uma espécie de recado para o presidente Bolsonaro.

Segundo Fachin, quem ataca as urnas não busca defender uma auditoria do sistema eleitoral mas sim "o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas".

"Quem vocifera não aceitar resultado diverso da vitória não está defendendo a auditoria das urnas eletrônicas e do processo de votação, está defendendo apenas o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas ou pela inaptidão de ser votado pela maioria da população brasileira", disse Fachin.