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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Rodrigo Garcia deve deixar o PSDB e está de olho em ministério de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro entre o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o candidato Tarcísio de freitas (Republicanos) - Divulgação
O presidente Jair Bolsonaro entre o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o candidato Tarcísio de freitas (Republicanos) Imagem: Divulgação

Carla Araújo e Juliana Dal Piva

Colunistas do UOL e do UOL, em São Paulo

05/10/2022 15h38Atualizada em 11/10/2022 13h33

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O mal-estar com alguns setores do PSDB após a declaração do governador Rodrigo Garcia (PSDB) de "apoio incondicional" ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno deve resultar em breve em uma mudança de legenda.

No PSDB, há até quem defenda que Garcia seja expulso, mas o governador não deve esperar o partido tomar nenhuma decisão neste sentido e já intensificou as articulações com o União Brasil.

A migração está sendo considerada por pessoas a par das conversas como natural já que Garcia não seria um tucano raiz e tem mais proximidade com o União Brasil.

Nos últimos dias, Garcia tem mantido conversas com o vice-presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, que tem trabalhado junto a lideranças do PP, como o presidente da Câmara Arthur Lira, para formar uma federação ampla que pode vir a ser a maior bancada de deputados, superando o PL, partido de Bolsonaro, presidido por Valdemar Costa Neto.

Nas conversas, Rueda e Garcia acreditam que há espaço para que o União Brasil possa compor com o governo Bolsonaro se ele for reeleito. Nesse xadrez de negociação, uma das ambições do atual governador de São Paulo seria ocupar uma vaga na Esplanada dos Ministérios. Do lado de Bolsonaro, no entanto, quem participa das conversas diz que ainda é cedo para fazer promessa de cargos.

Rueda foi quem iniciou as negociações de aproximação entre Garcia e Bolsonaro. O ex-ministro e candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas aceitou o apoio do ainda tucano, mas não quer muita proximidade com o atual governador de SP.

Ontem, horas antes da declaração de apoio de Garcia a Bolsonaro, o ex-ministro da Infraestrutura afirmou que não via sentido em ter o tucano em seu palanque e que acreditava que teria adesão natural do PSDB pelo caráter anti-PT do partido.

Depois do anúncio de Garcia de compor com Bolsonaro, três secretários do governo paulista deixaram seus cargos. Rodrigo Maia (secretário de Projetos e Ações Estratégicas), ex-presidente da Câmara e um dos principais críticos de Bolsonaro, Zeina Latif (Desenvolvimento Econômico) e Laura Muller Machado (Desenvolvimento Social) anunciaram sua saída hoje.