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QG de Bolsonaro chega à reta final rachado; presidente estuda 'saída Aécio'
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A três dias do segundo turno da eleição, a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) vive momentos de altos e baixos e de muitas discussões sobre os rumos que serão tomados após o resultado de domingo (30).
Assim como aconteceu em outros momentos da campanha, nesta reta final o chamado "QG de Bolsonaro" nitidamente dividido entre a chamada ala política e os auxiliares tidos como mais ideológicos. O sentimento, segundo descreveram alguns deles, vai de ansiedade a revolta. O racha, porém, não é de brigas, dizem. As divergências, segundo alguns, seriam naturais.
Do lado político, a principal figura é o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que já avisou que não pretende apoiar nenhum tipo de questionamento ao resultado.
O ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), que foi um dos coordenadores da campanha, também já teria avisado que o foco deve ser "ganhar no voto".
Por outro lado, alguns assessores de Bolsonaro afirmam que o presidente dificilmente vai aceitar o resultado, caso ele seja negativo, sem algum tipo de reclamação.
Na avaliação de um integrante da campanha, Bolsonaro pode tentar algo "parecido com o Aécio", em referência à reclamação do tucano em 2014, que pediu uma auditoria especial para confirmar o resultado eleitoral.
Na época, o TSE afirmou que o documento elaborado pelos tucanos não mostrou evidência de adulterações.
Naquele ano, Aécio liderou a disputa por boa parte da apuração, mas a então presidente Dilma Rousseff acabou virando no final e foi reeleita.
A apuração do último dia 2 de outubro começou com a contagem de estados do Sul, e Bolsonaro também saiu liderando, mas foi ultrapassado pelo petista quando os votos de outras regiões, especialmente do Nordeste, passaram a ser computados.
Assessores do presidente admitem que isso pode ajudar Bolsonaro a alimentar um discurso de suposta fraude.
Outra possibilidade que é tratada no entorno de Bolsonaro seria uma saída similar à que Donald Trump adotou em 2020, quando deixou o poder falando que as eleições tinham sido fraudadas —até hoje ele contesta o resultado e continua "fazendo campanha".
Se Bolsonaro for derrotado, avisa um auxiliar, dificilmente ele sairá da vida política como já anunciou. A maior aposta é que ele usará os próximos quatro anos para continuar em campanha para retomar o poder.
Dá para virar?
Enquanto alguns auxiliares ainda tentam mostrar otimismo e dizem acreditar que Bolsonaro vai ampliar a vantagem de votos em São Paulo e conquistar mais eleitores de Minas Gerais, outros, porém, admitem nos bastidores que a chance de derrota é real.
Após o caso da prisão de Roberto Jefferson (PTB), a campanha apostou todas as fichas nas denúncias de irregularidades nas inserções de rádio. A estratégia, no entanto, não foi consenso no entorno de Bolsonaro, e alguns chegaram a chamar o episódio de "tiro no pé".
Apesar disso, Bolsonaro decidiu ontem dar voz às denúncias e afirmou em pronunciamento que está disposto a ir até as "últimas consequências dentro das quatro linhas da Constituição".
À coluna, o advogado de Bolsonaro, o ex-ministro do TSE Tarcísio Vieira, disse ontem que ainda precisaria estudar quais as possíveis novas medidas, e que sua análise era "estritamente jurídica", e não política.
Adiar as eleições?
Antes do pronunciamento do presidente ontem, a possibilidade de que ele pedisse ao TSE o adiamento da eleição no domingo foi ventilada por alguns auxiliares da chamada ala ideológica.
A ideia, porém, segundo apurou a coluna, teria sido arrefecida diante da avaliação de que dificilmente o TSE aceitaria um pleito desse.
Além disso, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que ao lado de Fabio Wajngarten apresentou as denúncias sobre as inserções, foi um dos que disseram que a ideia de defender o adiamento das eleições só desgastaria ainda mais a campanha e aconselhou que o presidente não embarcasse nessa possibilidade.
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