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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Campanha de Bolsonaro vê erros de Zambelli e faz cálculo do 'estrago'

Do UOL, em Brasília

29/10/2022 21h00Atualizada em 29/10/2022 21h36

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As primeiras reações da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição sobre o episódio da deputada reeleita Carla Zambelli (PL-SP), após ela ter sido filmada apontando uma arma para um homem negro no bairro dos Jardins, em São Paulo, indicam que o presidente quer tentar manter distanciamento do caso.

Apesar de em um primeiro momento auxiliares de Bolsonaro dizerem que era preciso "entender melhor o que aconteceu", com o passar dos acontecimentos — e com a divulgação de um vídeo que mostra que a deputada não teria sido agredida fisicamente — pessoas próximas ao presidente começaram a admitir que a conduta de Zambelli era reprovável.

"Fez muita coisa errada" foi a avaliação feita por auxiliares de Bolsonaro à coluna. Um assessor bem próximo ponderou que a deputada poderia ter sido provocada, xingada, mas que jamais deveria ter sacado a arma e sim deveria ter chamado a polícia.

Membros da campanha dizem que ainda estão mensurando "os estragos" com o episódio.

A avaliação é que Bolsonaro não perderá votos dos eleitores mais convertidos e de direita, mas a campanha admite que a "imagem forte e impactante" de Zambelli com a arma em punho contra um negro tem potencial de prejudicar a campanha.

O maior receio, dizem, é afastar o eleitor indeciso ou mais progressista, que no primeiro turno votou em Ciro Gomes (PDT) ou Simone Tebet (MDB) e que poderia migrar para Bolsonaro.

O presidente ainda não se manifestou sobre o caso.

Apoio à mulher nas redes

Apesar de nos bastidores membros da campanha admitirem que o episódio é negativo para o presidente, nas redes sociais os filhos de Bolsonaro tentaram mostrar apoio à aliada com um discurso de apoio ao eleitorado feminino.

O deputado Eduardo Bolsonaro, por exemplo, disse que se tratava de um "homem o dobro do peso dela xingando-a cuspindo na frente de seu filho". "Para a esquerda isso é um protesto pacífico e de boa, a depender da opinião política da mulher. Este não é o Brasil que queremos. Todo apoio a Carla Zambelli", escreveu nas redes sociais.

Já o senador Flávio Bolsonaro, que é um dos coordenadores da campanha, disse que mulheres estariam "debochando da agressão de um grupo de petistas contra Carla Zambelli".

"Deve ser porque eles foram até ela oferecer flores, e não cuspes, ofensas e agressões. Esse é o nível que chegou parte da imprensa brasileira. Mais amor, por favor!", escreveu.