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Obras restauradas lembrarão os ataques golpistas, diz curador do Planalto
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Os ataques ao Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, serão incluídos nas descrições de obras de artes danificadas que serão restauradas para, por ordem do presidente Lula, "serem devolvidas ao povo brasileiro", afirmou em entrevista ao UOL o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho.
Ele mostrou a situação de peças danificadas e falou sobre o sentimento ao ver as imagens dos ataques. "Era uma cena de guerra", afirmou.
Segundo ele, desde a transição, recebeu a ordem de Lula e da primeira-dama, Janja, de pensar como trataria a curadoria dos palácios após os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB).
Carvalho fala em "desmonte nos conjuntos de obras" que compõem o Planalto e o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente.
"Eu tinha acabado de recolocar o Di Cavalcanti no lugar, de devolver o relógio de relógio de Dom João 6° ao 3º andar", conta o curador.
Prejuízo milionário
Após os atos de vandalismo do dia 8 e com um total de 17 obras de arte danificadas, Carvalho ainda calcula o prejuízo, que pode chegar a R$ 40 milhões.
Sobre o quadro "As mulatas", de Di Cavalcanti, por exemplo, ele diz que as sete perfurações ainda continuam na peça, pois ele ainda está em processo de definição de como o restauro acontecerá. "Mas ele está absolutamente estável. Aliás, todas as obras vandalizadas estão estabilizadas. Ou seja, gente não tem piora de estado", diz.
Uma decisão, porém, já está tomada. A reconstrução das obras atingidas por vândalos e criminosos no dia 8 terá uma mensagem simbólica, uma espécie de memorial.
Essa obra (restaurada) terá ali descrito: ela sofreu no dia 8 de janeiro sete perfurações, num ato de vandalização e de questionamento à democracia" Rogério Carvalho, diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais
A ideia, depois disso, é permitir que tanto o Planalto como o Alvorada voltem a ser abertos para visitação pública.
E a mudança para o Alvorada?
Sobre o estado do Palácio da Alvorada deixado pela família Bolsonaro no fim do ano passado, o curador diz que encontrou a residência oficial toda "desconfigurada". Ele criticou as mudanças que foram feitas pelo governo de Michel Temer e mantidas por Bolsonaro, e disse que o depósito estava numa situação "de calamidade".
Em relação ao estado da ala particular do presidente, Carvalho confirma que não havia cama em nenhuma das oito suítes e que havia pisos arranhados, portas arrancadas e armários pichados.
"A situação da área íntima era muito complicada", afirma.
Apesar disso, segundo o curador, Lula e Janja ainda pretendem começar a morar no local na semana que vem.
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