Negociação com centrão deve tirar espaço do PT; Lula aprova troca na Caixa
O presidente Lula (PT) já selou com líderes do centrão e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sua disposição em abrir espaço no governo para angariar votos dos partidos que hoje não estão na formalmente na base como Republicanos, PP e até mesmo integrantes do PL.
A negociação ganhou força na semana passada — durante o esforço da Câmara para aprovar a reforma tributária — e Lula recebeu a lista de demandas dos parlamentares. A expectativa é que as mudanças sejam concretizadas em agosto, na volta do recesso parlamentar.
Caixa Econômica Federal, Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Ministério dos Esportes e Funasa são os itens que integram a lista de desejos do centrão.
Segundo apurou o UOL, Lula disse que quer alinhar todos esses pedidos e teria simpatizado com os primeiros nomes sugeridos, como o do deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), por exemplo, já que Lula tem uma longa amizade com o pai do deputado.
Há quem defenda no Planalto que o pernambucano fique com a pasta do MDS, no lugar de Wellington Dias, que tem tido um desempenho avaliado abaixo do esperado.
Há quase um consenso no Planalto de que para abrir espaço para o centrão será preciso desalojar petistas ou ministros que estão na chamada cota pessoal do presidente Lula. Neste último caso, perderia o posto a ministra Ana Moser (Esportes).
O sucessor da ex-atleta pode ser, conforme a apurou a coluna, o segundo nome colocado a Lula pelo centrão: o do deputado André Fufuca (MA), que é líder do PP na Câmara. O nome de Fufuca, segundo auxiliares de Lula, também teve o aval do presidente.
Como o martelo não está batido, há a chance de que haja uma troca nas escalações, com Silvio Costa nos Esportes e Fufuca no MDS. Segundo um interlocutor, esses seriam ajustes finos que devem ser acertados ao longo deste mês.
Na última sexta-feira (7), após a aprovação da reforma tributária na Câmara, Lula postou uma foto com Lira e deputados para agradecer a votação. Em Brasília, a foto já é classificada como a oficialização da entrada do centrão no governo.
Troca na Caixa também é dada como certa
A saída da presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, também parece já estar selada. Segundo fontes do Planalto, o desempenho de Rita não tem agradado o presidente nem aliados.
Conforme mostrou o jornal Folha de S.Paulo, aliados de Lula — incluindo o ministro Fernando Haddad — consideraram um equívoco o atrapalhado anúncio de cobrança de tarifa sobre transferências via Pix feitas por pessoas jurídicas.
O nome indicado pelo centrão ao posto é o do ex-ministro Gilberto Occhi (PP), que presidiu a Caixa no governo Temer. Segundo auxiliares de Lula, o nome de Occhi foi aprovado pelo presidente.
Se continuarem avançando as negociações com Occhi, o PP — de Lira e do senador Ciro Nogueira (ex-ministro de Jair Bolsonaro) — passaria a ter o controle do banco público e, possivelmente, da pasta que cuida do programa Bolsa Família.
Sobre o receio de tirar o MDS das mãos do PT, a avaliação de Lula, segundo assessores, é que "se nem Bolsonaro conseguiu tirar essa bandeira do presidente, não será um ministro não petista que o fará".
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Quero receberNovela do Turismo está perto do fim?
A ainda ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), deve ter sua saída oficializada nesta semana, segundo fontes do Palácio do Planalto. Com isso, Celso Sabino (União Brasil) será nomeado para o cargo.
O ajuste nas pastas do União Brasil foi uma imposição do partido após o pedido de desfiliação de Daniela, feito em abril à Justiça Eleitoral — sob o argumento "assédio" por parte da direção nacional da sigla.
A saída da ministra tem levado mais tempo do que esperavam integrantes do partido, pois Lula fez questão de aparar arestas e tentar criar uma saída honrosa para Daniela e seu marido, Waguinho, sem causar rachas.
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