Carla Araújo

Carla Araújo

Reportagem

Cúpula do Exército acredita em participação militar em sumiço das armas

O Comando Militar do Sudeste já liberou 320 militares que estavam aquartelados por conta do sumiço de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo em Barueri, na Grande São Paulo. Apesar disso, outros 160 militares continuam "presos" enquanto as investigações continuam.

Segundo apurou a coluna, a avaliação da cúpula do Exército é que é praticamente impossível que o caso não tenha a participação de gente do quartel.

O Comandante do Exército, general Tomás Paiva, tem destacado internamente que o caso será tratado com rigor e que, além de punir eventuais culpados diretos, "quem falhou também será responsabilizado".

Apesar disso, oficialmente o Comando Militar do Sudeste afirma que a investigação "segue em curso e está sob sigilo".

"Temos total interesse em informar e enviaremos as atualizações do caso quando for oportuno" disse a unidade militar, em nota.

Generais ouvidos pela coluna afirmam que casos similares "infelizmente" têm acontecido com uma certa frequência e que há outras investigações que apuram o envolvimento de militares com desvio de armamento e munição.

Aos pares, Tomás Paiva tem dito que sua gestão "vai pra cima" de casos como esse para ampliar o rigor das punições. O comandante, no entanto, admite que a legislação impõe dificuldades para que sua intenção 'saia do papel'.

Mesmo ciente das amarras legais, Tomás Paiva tem usado como exemplo um recente caso de um capitão condenado em São Paulo, após ter sido preso em flagrante desviando munição para organizações criminosas.

Segundo fontes do Exército, o caso demorou cerca de quatro anos para ser julgado, mas o militar foi condenado recentemente a sete anos de detenção.

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Sobre o 'sumiço' das armas

Em nota, o Comando Militar do Sudeste informou que no dia 10 de outubro "em uma inspeção do Arsenal de Guerra de São Paulo, foi verificada uma discrepância no controle de 13 (treze) metralhadoras calibre.50 e 8 (oito) de calibre 7,62, armamentos inservíveis que foram recolhidos para manutenção".

"Imediatamente, foram tomadas todas as providências administrativas com o objetivo de apurar as circunstâncias do fato, sendo instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM)".

Inicialmente, toda a tropa - cerca de 480 militares - ficou 'detida' no quartel, conforme previsões legais, para poder contribuir com a investigação. "Os militares estão sendo ouvidos para que possamos identificar dados relevantes para a investigação".

Segundo o Comando Militar do Sudeste, as armas estavam em uma situação de análise para avaliar se seriam destruídas.

"Os armamentos são inservíveis e estavam no Arsenal, que é uma unidade técnica de manutenção, responsável também por iniciar o processo desfazimento e destruição dos armamentos que tenham sua reparação inviabilizada".

Reportagem

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