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Carlos Madeiro

REPORTAGEM

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Mulher assassinada gravou vídeo ao fugir do marido: 'Se morrer, foi ele'

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Uma mulher foi morta a tiros no início da manhã de ontem na frente do fórum de São José da Tapera, no sertão alagoano, instantes após gravar um vídeo afirmando que seu marido iria matá-la.

O que se sabe:

Mônica Cavalcante, 26, foi morta por volta das 5h na calçada do Fórum de Justiça da cidade, perto de onde morava. Ela deixa dois filhos.

A polícia faz buscas pelo marido suspeito de feminicídio. O homem ainda não foi localizado.

Três vídeos com os recados foram achados no celular da vítima. "Quem achar esse celular, se eu tiver [sic] morta, foi Leandro Pinheiro Barros. Ele me agrediu várias vezes, psicologicamente e fisicamente", completa.

Ela afirma que a fúria do marido foi provocada por uma suposta "brincadeira boba". Quem fez o comentário foi o pai dela, durante uma festa na noite de ontem. Mônica não deu detalhes do episódio nos vídeos.

"Ele é abusivo e quer atirar em mim. Me defendam", diz ela, aos prantos, em um dos vídeos. "Era um relacionamento extremamente abusivo. Me desculpem se alguém tá triste com esse vídeo, mas não fiquem. Eu tô apenas tentando me esconder dele", afirma em outro. "Fiz de tudo para a gente ser feliz, mas não deu."

Mônica ainda deixou um recado a mulheres que sofrem com violência doméstica.

Se você estiver passando por esse momento, não aceite. A gente merece ser feliz, ter paz. Não é culpa sua se você tiver [sic] passando por esse momento. Se eu for, eu vou em paz, tranquila, com a consciência que deu tudo certo da minha parte."

Mônica chegou a se separar do marido suspeito do crime por um tempo, segundo um familiar, mas recentemente tinha voltado com ele, tentando reatar o casamento.

O corpo de Mônica será velado na casa da avó e sepultado na manhã desta segunda-feira (19) no cemitério da cidade.

Em caso de violência doméstica, procure ajuda

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informava versão anterior do texto, não há prazo para vítimas de violência doméstica fazerem a denúncia. O texto foi corrigido.