Pesquisa brasileira indica cannabis eficiente para deter mosquito da dengue
![Cannabis cultivada na Aliança Medicinal, em Olinda (PE), onde foi feita a pesquisa Cannabis cultivada na Aliança Medicinal, em Olinda (PE), onde foi feita a pesquisa](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/63/2023/10/18/cannabis-cultivada-na-alianca-medicinal-em-olinda-pe-onde-foi-feita-a-pesquisa-1697664897164_v2_450x450.jpg)
Uma pesquisa feita com Cannabis sativa em Pernambuco aponta que o extrato da planta se mostrou eficiente para impedir a evolução da larva se tornar o mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e outras arboviroses.
O artigo com conclusões inéditas e promissoras foi publicado pela Editora Atena e foi coordenado por Suelice Guedes, enfermeira especialista em oncologia e hematologia, sob orientação da professora Sônia Pereira Leite. Ainda assinam o texto os pesquisadores Antônio Fernando, Tainá Maria e Paloma Lys.
A pesquisa foi realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Morfotecnologia, do Centro de Biociências da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) em parceria com a Associação Aliança Medicinal, de Olinda (no Grande Recife), que tem autorização judicial para o plantio, cultivo e comercialização da cannabis sativa.
Como foi a pesquisa
Suelice Guedes explica que realizou uma análise fitoquímica da cannabis, que é um tipo exame dos compostos que ela contém. "Nós fizemos um extrato da planta e o colocamos em contato com os ovos e larvas do Aedes", explica.
Para chegar ao resultado, a pesquisadora utilizou esse extrato de plantas cultivadas em contêineres da Aliança para testar o efeito no desenvolvimento das larvas do Aedes.
![Pesquisadora Suelice Guedes Pesquisadora Suelice Guedes](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/3a/2023/10/18/pesquisadora-suelice-guedes-1697664976486_v2_450x600.jpg)
A evolução da larva seguiu normalmente até o terceiro estágio, quando começamos a observar mudanças. No quarto, essas mudanças ficaram mais perceptíveis e quando analisamos o microscópio, vimos que a membrana peritrófica [que protege o intestino das larvas] estava exposta. Se ela se rompe, a larva não segue sua evolução normal.
Guedes explica ainda que, com essa alteração, a larva não consegue passar para o estágio seguinte, que é anterior ao de virar mosquito.
Após os resultados promissores dessa primeira fase, ela explica que novos testes ainda devem ser feitos para compor o resultado final da pesquisa. "Se for comprovado nos testes finais [esse efeito], teremos uma opção para controle epidemiológico".
Leque de opções com a cannabis
Suelice integra a coordenação de pesquisa científica da Aliança Medicinal e afirma que essa pesquisa ajuda a abrir as possibilidades para novos trabalhos científicos com a planta.
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![Flores secas da cannabis usado durante pesquisa em Pernambuco Flores secas da cannabis usado durante pesquisa em Pernambuco](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/22/2023/10/18/extrato-da-cannabis-usado-durante-pesquisa-em-pernambuco-1697665254826_v2_750x421.jpg)
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