Sem apoio de bolsonaristas, protesto por prisão em 2ª instância fracassa
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Muita gente nem chegou a saber, mas ontem foram realizados atos em diversas cidades brasileiras em favor da prisão em segunda instância. Convocada pelos grupos Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre, a manifestação não contou com o apoio dos bolsonaristas e teve baixíssima adesão. O fracasso foi reconhecido até pelos próprios organizadores, que admitiram um número de manifestantes bem abaixo do esperado.
Em algumas cidades, concentrações atraíram apenas algumas dezenas de pessoas, quando antes eram contados em milhares. Nenhuma hashtag relativa ao protesto chegou aos trend topics do Twitter, como costuma acontecer em mobilizações desse tipo.
"O resultado das manifestações ontem evidenciaram o quanto esses atritos do presidente com o partido impactaram o poder de mobilização, que sempre foi muito forte entre a militância do PSL", constata o deputado Junior Bozella (PSL-SP). "O fato de o Palácio do Planalto não ter se empenhado em reverter a liberação da prisão após o julgamento em segunda instância e de alguns deputados ligados ao presidente terem sido orientados a não irem contra a decisão do STF não vai nos impedir de brigar na Câmara".
Bozella diz que "independente da pressão popular" o seu grupo vai lutar pela aprovação desse projeto. "Nós, do PSL raiz, vamos travar a pauta até colocarem em votação".
Outro pesselista, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) acredita que o fracasso das manifestações tenha influência zero sobre o Congresso. "É um assunto que sempre foi demandado, não vai ser uma manifestação que vai medir a necessidade da prisão em segunda instância", diz ele.
Há um outro complicador: a anunciada inclusão das áreas cível e tributária, além da criminal. Esse detalhe está fazendo muitos setores repensarem seu apoio à prisão em segunda instância. Delegado Waldir diz que a proposta de incluir assuntos cíveis e tributários é uma armadilha para que o projeto não seja aprovado. Apesar disso, afirma que não tem nada contra a inclusão dessas duas áreas no projeto que será apreciado no Congresso. Bozella também diz o mesmo.
Deputados de centro, porém, acham difícil que haja celeridade na decisão sobre o assunto, ainda mais com a inclusão dos delitos tributários e trabalhistas na discussão. Há quem arrisque que o debate vá durar seis meses. Pelo menos.
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