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'É racismo', diz youtuber incluído em álbum de suspeitos pela polícia de SP
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Conhecido pelo conteúdo de História e política que divulga em seu canal do YouTube, com 312 mil inscritos, Thiago Torres, conhecido como Chavoso da USP, foi surpreendido ao saber, na segunda-feira (19), que sua foto está no álbum de suspeitos de uma investigação da polícia de São Paulo sobre sequestro. A descoberta foi feita casualmente, por um amigo advogado que atua no caso.
Ele estuda medidas judiciais para obrigar que a foto seja excluída da relação de suspeitos.
A Polícia Civil esclareceu à imprensa que a Divisão Antissequestro não tem álbum de imagens de suspeitos, mas confirma que "utilizou fotografias de pessoas semelhantes ao suspeito que são de domínio público divulgadas na internet" e que Thiago "não é investigado em nenhuma apuração policial".
A argumentação da polícia é rebatida pelo rapaz. "Junto com a minha foto estavam outras cinco de pessoas completamente diferentes uma da outra, quatro negros e dois brancos de aparência periférica", relatou ele à coluna. "A pessoa que vir aquilo vai sair da delegacia a minha imagem associada a um crime com o qual eu não tenho nada a ver".
O youtuber, que é estudante de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) e frequentemente faz palestras sobre política, classifica o método de investigação como absurdo. "É racismo e elitismo", definiu ele. "Eu e amigos da periferia com aparência parecida somos frequentemente abordados pela polícia como suspeitos".
Por essa prática, diz Chavoso, quem não comete nenhum delito é tratado como criminoso em potencial, de forma violenta e ameaçadora. "No Brasil, 40% dos encarcerados estão sob prisão preventiva. Muitos desses presos são pessoas que foram reconhecidas dessa forma", afirma ele. "Não existe democracia na periferia, o Estado Democrático de Direito nunca foi uma realidade para nós da periferia".
A mudança no governo estadual, que passará ao comando de Tarcísio de Freitas (Republicanos), na opinião de Thiago vai agravar esse problema. A tendência é piorar, quem vai comandar as polícias a partir de janeiro é um sociopata genocida (o deputado e ex-PM capitão Guilherme Derrite), para quem um bom soldado deve ter ao menos três homicídios no currículo", critica. "Ele vai agir pelo aumento pelo encarceramento em massa, algo que já vinha sendo feito pelos governos tucanos".
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