Topo

Chico Alves

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Grupo judaico critica Eduardo Bolsonaro por comparar desarmamento a nazismo

Eduardo Bolsonaro no plenário da Câmara dos Deputados - 23.jun.2022 - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Eduardo Bolsonaro no plenário da Câmara dos Deputados Imagem: 23.jun.2022 - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Colunista do UOL

09/02/2023 15h03

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) emitiu nota condenando pronunciamento feito ontem na Câmara pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em que ele compara a Lei do Desarmamento a práticas dos nazistas contra os judeus. O parlamentar diz que Adolf Hitler usou expediente parecido para tirar armas da comunidade judaica da Alemanha. "A nossa lei aqui, o Estatuto do Desarmamento, a lei 10. 826, trata exatamente da mesma coisa", comentou Eduardo. "Ou seja, é uma lei nazista e genocida".

A entidade judaica enviou à coluna o seguinte texto: "A Conib, Confederação Israelita do Brasil, repudia comparações completamente indevidas do momento atual com os trágicos episódios do nazismo que culminaram no extermínio de 6 milhões de judeus no Holocausto. Essas comparações, muitas vezes com fins políticos, são um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes", diz a entidade judaica, na nota que enviou à coluna.

"A Conib inclusive criou uma campanha contra a banalização do Holocausto, para que possamos entender melhor as verdadeiras dimensões dos fatos e assim contribuir para um melhor entendimento do presente", finaliza o texto.

A coluna também ouviu Fernando Lottenberg, que é comissário das Organizações dos Estados Americanos (OEA) para Monitoramento e Combate ao Antissemitismo. "É lamentável o pronunciamento do deputado", comentou Lottenberg. "Parte de premissas históricas duvidosas para tentar ganhos políticos, trivializando a questão do nazismo".

No ano passado a Conib lançou uma campanha contra a banalização da barbárie nazista. "Não explore o genocídio para ganho político. Fazer da crueldade algo corriqueiro gera um mundo onde da maldade é soberana e todos são vítimas em potencial, inclusive você", diz um dos vídeos da campanha.