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Chico Alves

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Decisão do TSE livra Bolsonaro da urna eletrônica que ele tanto detesta

25.jun.2023 - Jair Bolsonaro em entrevista à Folha de São Paulo, nas vésperas da votação no TSE sobre sua inelegibilidade - 25.jun.2023 - Marlene Bergamo/Folhapress
25.jun.2023 - Jair Bolsonaro em entrevista à Folha de São Paulo, nas vésperas da votação no TSE sobre sua inelegibilidade Imagem: 25.jun.2023 - Marlene Bergamo/Folhapress

Colunista do UOL

30/06/2023 13h08

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Ufa, acabou! Assim que a ministra Cármen Lúcia terminou de ler seu voto, às 12h 53, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria para tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. O ex-presidente, que fez campanha feroz contra as urnas eletrônicas, pode agora respirar aliviado: ficará longe delas por um bom tempo.

Apesar da contrariedade que demonstra em público, nos bastidores Bolsonaro deve estar feliz.

Afinal, ele próprio contou aos embaixadores, em julho do ano passado, a lorota segundo a qual hackers acessaram áreas cruciais dentro do TSE e tiveram acesso a código-fonte e senhas que os permitiriam "alterar nome de candidatos, tirar votos de um, transferir para outros".

Tudo mentira da grossa, claro.

Será que Bolsonaro achava mesmo que alguém, além dos seus seguidores mais fanáticos, iria acreditar que o tal invasor do tribunal "conseguiu copiar toda a base de dados", como contou aos embaixadores e ao Brasil, através da emissora pública de TV?

Ou que seria levado a sério ao dizer que "os logs, registros de atividade de sistemas eletrônicos, foram apagados pela Justiça Eleitoral"?

Talvez inconscientemente, o ex-presidente estivesse forçando uma situação para ser alijado dos processos eleitorais seguintes, tal a sua aversão às urnas eletrônicas e seu apego ao voto impresso.

Outras ações judiciais virão, já que Bolsonaro tem contra si acusações de vários tipos, pela amplitude de barbaridades que perpetrou durante os quatro anos de mandato como presidente. Se a Justiça trabalhar como deve, ele deverá ter novas condenações.

A prisão é uma possibilidade real para Bolsonaro.

Mas isso é preocupação que ele deve guardar para o futuro.

Por enquanto, o Mito pode comemorar - talvez com um churrasco com muita farofa, como aprecia tanto - o fato de poder ficar um bom tempo longe das urnas eletrônicas, que ele detesta.

Depois do voto de Cármen Lúcia, a perspectiva de candidatura a médio prazo acabou.

Ou como diria Bolsonaro, em seu estilo mais genuíno:

Acabou, porra!