Topo

Constança Rezende

PSOL vai à Justiça para afastar presidente da Fundação Palmares

Sergio Camargo é o novo presidente da Fundação Palmares - Reprodução/Facebook
Sergio Camargo é o novo presidente da Fundação Palmares Imagem: Reprodução/Facebook

Colunista do UOL

29/11/2019 21h34

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados vai propor uma ação popular na Justiça Federal do Distrito Federal pedindo o afastamento do jornalista Sérgio Nascimento de Camargo da presidência da Fundação Palmares. O pedido será feito na próxima segunda-feira, segundo a liderança do partido, "considerando a urgência do tema".

Nomeado para presidir o órgão que é responsável por promover a cultura de matriz africana, Camargo já disse que a escravidão foi terrível "mas benéfica para os descendentes" e que "cotas raciais para negros são mais que um absurdo", em seu perfil no Facebook.

O partido sustenta que a nomeação de Camargo para presidir a fundação é "absolutamente inconstitucional, ilegal, e contrária ao interesse público, uma vez que sua trajetória, historicamente, é radicalmente contrária aos interesses que a fundação busca defender".

A bancada também argumenta que o Brasil é signatário de diversos tratados e convenções de combate à discriminação racial como, por exemplo, a Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação racial de 1969, e precisa preservar esses valores.

Na última quarta-feira (27), o partido chegou a apresentar um recurso na PGR (Procuradoria-Geral da República) para anular a nomeação do jornalista. Os parlamentares afirmaram que houve corte de recursos na fundação e que o presidente Jair Bolsonaro "tem um projeto de desconstrução das lutas históricas do povo negro brasileiro". O pedido ainda não teve resposta do órgão.

Na mesma rede social, Camargo, que se define como "negro de direita, contrário ao vitimismo e ao politicamente correto", também já fez críticas ao ator Lázaro Ramos e disse que a cantora Preta Gil e a atriz Camila Pitanga "têm pele clara mas se dizem negras para faturar politicamente e fazer discurso vitimista".