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Felipe Moura Brasil

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Discurso de Lula é mais raso que redação do Enem

Colunista do UOL

04/08/2022 09h02

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Comentei, na Live UOL de quarta-feira (03), o discurso vazio de Lula em vídeo divulgado pela campanha do candidato do PT à Presidência.

Sem apresentar propostas concretas, o petista disse que tem "tudo o que quer fazer na cabeça" para cumprir o melhor mandato de sua vida e trabalhar em 4 anos por 40 - uma apropriação do lema "cinquenta anos em cinco", de Juscelino Kubitschek, em versão adaptada.

"Esperem para ver o que nós vamos fazer neste país para retomar o crescimento, gerar indústria nova, gerar emprego, aumento de salário, melhorar a Educação e a Saúde."

Qualquer vestibulando de 17 anos é capaz de listar platitudes como essas em uma redação do Enem, com a diferença de que nenhum, em busca de aprovação, teria a cara de pau de pedir à banca da prova para 'esperar para ver' o que ele seria capaz de fazer na faculdade.

Foi justamente a esse "vazio de ideias, diagnósticos e propostas" que se referiu Ciro Gomes, chamando Lula de "candidato Kinder Ovo" (que vem com uma surpresa dentro), ao compartilhar no Twitter, apesar de nossas divergências, um trecho dos meus comentários em outra edição da Live UOL, na qual comparei a postura dos dois.

No vídeo petista, Lula ainda apelou a patriotadas ególatras.

"Quando vocês viajarem, vão poder mostrar o passaporte de vocês com muito orgulho e ouvir 'bem-vindos, brasileiros'."

A fala reforça a propaganda personalista do PT que associa o restabelecimento do orgulho pátrio à volta de Lula ao poder, como se os encantos, tradições e conquistas do Brasil se reduzissem à figura do ex-presidente 'descondenado', que - 'confie' - tem "na cabeça" todas as soluções para os problemas do país.

Em matéria de redação, a campanha de Lula sempre foge do tema.

Na Live UOL, falamos também sobre o discurso de Bolsonaro em evento evangélico, na Câmara, no qual criticou a "ditadura da pandemia" e - mais uma vez - a carta pela democracia; e sobre os ataques feitos nas redes sociais à chapa Tebet-Gabrilli.

Com Madeleine Lacsko, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.