A misericórdia também corrompe, Marina

O apoio da ex-ministra Marina Silva (Rede) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um dos assuntos da Live UOL do dia 12.

A candidata a deputada federal por São Paulo justificou o apoio ao petista alegando que o Brasil enfrenta, neste momento, uma ameaça à democracia.

"Nosso reencontro se dá diante de um quadro da história política, econômica, social e ambiental. Temos a ameaça das ameaças: ameaça à nossa democracia, com a corrosão do tecido social", disse Marina, como se o mensalão e o petrolão não tivessem corroído a democracia por dentro.

No fim de semana, ela também entregou ao petista um documento com 27 propostas voltadas ao Meio Ambiente, sua principal bandeira.

Marina foi ministra do governo Lula, entre 2003 e 2008, quando deixou o partido por divergências internas. Mais tarde, foi vítima de ataques cruéis, por parte do PT, durante as eleições de 2014.

Ainda que Lula só esteja interessado em afetar uma imagem de conciliador para se eleger e que uma manifestação de arrependimento dele fosse tão oportunista quanto a de Bolsonaro sobre a fala do "coveiro", o gesto de Marina de apoiar o petista, sem um pedido público e imediato de desculpas pelos ataques passados que ele avalizou, é um mau exemplo para as mulheres e para o ambiente cultural.

Nelson Rodrigues dizia: "não se apresse em perdoar, a misericórdia também corrompe".

Ela corrompe mais ainda quando não há sequer o pedido de perdão.

Na Live UOL, falamos também sobre o incidente envolvendo Ciro Gomes (PDT) e um apoiador de Bolsonaro, em Porto Alegre; e sobre o empresário bolsonarista que humilhou e negou marmita a uma eleitora do ex-presidente Lula.

Com Madeleine Lacsko, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.