Ninguém fez o L como Jair Bolsonaro

*Por Redação UOL Notícias

Na Live UOL desta sexta-feira (18), o colunista do UOL Notícias Felipe Moura Brasil comentou a análise feita pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre os motivos que levaram à derrota de Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo Zema, o presidente "teve uma infelicidade muito grande, principalmente na comunicação". "Teve bons resultados, mas sempre causando muitos ruídos, um desgaste desnecessário. Mais do que ter perdido para o próprio candidato Lula, o presidente Bolsonaro perdeu para si mesmo, devido à forma de condução da comunicação", afirmou.

Para Felipe Moura Brasil, o governador escolheu o pior tipo de crítica que pode ser feita a um governo.

"Romeu Zema fez a crítica mais inócua possível, já que a menor crítica que se pode fazer a um governo é dizer que este tem um problema de comunicação. E por que ele faz isso? Primeiro, porque estava passando pano para várias atitudes de Jair Bolsonaro, inclusive na época da pandemia, e agora quer posar de alguém diferente. Segundo, porque está de olho em seu futuro político", comentou o colunista.

"Zema quer ocupar esse campo, do centro para a direita, e também atrair os eleitores bolsonaristas da maneira mais suave possível. Quer se distinguir de Bolsonaro para que o restante do eleitorado possa olhar para ele como alguém possível de se votar, mas tentando não incomodar demais esse eleitorado bolsonarista", disse Moura Brasil.

Para o colunista, a explicação para a derrota de Bolsonaro não está em um erro de comunicação, mas no próprio desgaste do atual presidente, ocasionado pela maneira como tratou a pandemia, por suas declarações absurdas e pela atenção exclusiva dada a seu projeto de reeleição.

"Ninguém fez o L como Jair Bolsonaro. O presidente com sua péssima conduta da pandemia só ajudou Lula —que não se mobilizou em momento algum para nem sequer dar início a uma mobilização por um processo de impeachment de Bolsonaro porque tinha muito claro que era melhor enfrentá-lo nas urnas", disse Moura Brasil.

A declaração do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, que garantiu que, apesar de desaparecido, Bolsonaro está trabalhando 18 horas por dia; e a entrevista em que o senador Tasso Jereissati afirma que o PSDB não deveria ter contestado a vitória de Dilma Rousseff (PT) em 2014 também foram assuntos da Live UOL.

Felipe Moura Brasil e Madeleine Lacsko debatem os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.