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Felipe Moura Brasil

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Relativizar infrações na Copa e na política é um mau hábito

Colunista do UOL*

22/11/2022 14h57

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*Por Redação UOL Notícias

Na Live UOL desta segunda-feira (21), o colunista do UOL Notícias Felipe Moura Brasil usou as análises de comentaristas esportivos do Brasil durante a transmissão da vitória da Inglaterra por 6 a 2 sobre o Irã, na Copa do Mundo, para exemplificar como somos um país que relativiza a infração.

Acionado para revisar o lance em que um jogador inglês puxou discretamente a camisa de um iraniano dentro da área, o árbitro brasileiro Raphael Claus confirmou o pênalti, contrariando os comentaristas.

"O que o brasileiro faz, muitos deles? 'Ah, mas essa puxadinha é normal'. 'Veja bem, não desequilibrou tanto, acho que ele não ia chegar na bola'. Fiquei pensando como é impressionante a maneira que o Brasil relativiza a infração. Não se pode puxar a camisa do adversário dentro da área e ponto, acabou. A câmera mostrou o jogador puxando a camisa. É pênalti. Tem de marcar. Existe quase que um impulso brasileiro do jeitinho, do 'veja bem', uma dificuldade em se aceitar as regras", comentou Moura Brasil ao lembrar das análises sobre o lance específico.

O colunista fez um paralelo com fatos da política, ressaltando, claro, que comentaristas esportivos nada têm a ver com eles, embora as claques de populistas, sim. Moura Brasil citou o pano passado para esquemas bolsonaristas de funcionários fantasmas, que ele chama de "rachadões", e para o uso do jatinho de empresário amigo pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Se você foi eleito para um cargo e você tem direito a nomear assessores, eles vão trabalhar de acordo com regras preestabelecidas dentro do seu gabinete para fazer trabalhos legislativos. Esses cargos de assessores não estão lá para a pessoa nomear alguém próximo, disposto a ganhar ali um 'cala a boca' em forma de dinheiro, enquanto dá a maior parte do salário para o titular do gabinete. Não há relativização", disse, defendendo que os envolvidos em desvios sejam presos e multados, não importando o partido ou a ideologia.

"No caso do jatinho, Lula tenta se limpar na sujeira de Bolsonaro. Se você não pode pagar para ir a um evento internacional ou não tem a estrutura oficial para ir, se a única maneira é você ser promíscuo com empresários, você não vai", acrescentou Moura Brasil.

A saúde de Lula, que foi submetido a uma cirurgia em São Paulo, e a pressão de Bolsonaro para que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conteste o resultado das urnas judicialmente também foram assuntos da Live UOL.

Felipe Moura Brasil e Madeleine Lacsko debatem os principais assuntos do país diariamente, das 14h às 15h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.