MP-SP denuncia mais 21 em investigação sobre hotéis do PCC na 'cracolândia'
O MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) denunciou mais 21 pessoas por fazer parte de uma organização criminosa ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo investigação do órgão, o grupo é responsável por explorar ilegalmente hotéis para a realização de tráfico de drogas, prostituição e cometimento de delitos na região central de São Paulo.
Na denúncia, obtida pela coluna, os promotores apontam que quatro novos denunciados mantinham um hotel no bairro República, no centro da capital paulista, onde ocorria a exploração sexual.
Outros cinco denunciados também eram responsáveis por um estabelecimento com o mesmo fim na Alameda Barão de Limeira, nos Campos Elíseos, enquanto outros dois denunciados também geriam um local para a realização da exploração sexual na rua dos Andradas, na Santa Ifigênia.
Conforme a investigação do órgão, nesses hotéis, mulheres dependentes de drogas eram submetidas a situações degradantes de saúde e exploradas a se prostituírem em troca de entorpecentes. Os antigos porteiros desses locais se filiaram ao PCC e passaram a gerenciar e estabelecer a "disciplina", ou seja, castigar àqueles que tenham descumprido regras da facção criminosa, nos locais.
Ainda segundo o MP, a organização obtinha ganhos ilícitos por meio da venda de drogas dentro dos hotéis, com a explosão da prostituição, a realização de "tribunais do crime" e também com a lavagem do capital oriundo dos crimes.
Os promotores também indicaram na denúncia os crimes de lavagem de dinheiro pelos denunciados, com transferência de valores e compra e venda de um imóvel na Santa Cecília. Os recursos eram obtidos, conforme o Ministério Público, com crimes de organização criminosa e associação para o tráfico.
Se a Justiça aceitar a denúncia contra as 21 pessoas, elas se tornarão rés pelos crimes.
A coluna não encontrou as defesas dos novos denunciados para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Investigação do MP-SP sobre atuação do PCC na 'cracolândia'
Uma investigação do MP-SP apurou que a região da "cracolândia" conta com um "ecossistema de atividades economicamente ilícitas, não somente pelo tráfico de drogas e concentração de dependentes químicos, mas principalmente o comércio ilegal de peças de veículos, motocicletas e telefones celulares sem origem comprovada ou de origem ilícita."
Além disso, a área conta com casas de prostituição mantidas em hotéis, funcionamento de "ferros-velhos" sem controle e tratamento de resíduos e corrupção passiva e ativa de agentes públicos que "vendem" proteção aos comerciantes da região.
O MP-SP também indicou que o PCC não atua apenas no controle do fluxo de distribuição no centro de São Paulo, mas também influencia na dinâmica e comportamento em relação ao uso do espaço físico, visando assegurar a manutenção de diferentes atividades econômicas ilícitas.
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