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Contra desinformação, OMS pede campanhas de governos com base na ciência

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante entrevista coletiva em Genebra - Reprodução
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante entrevista coletiva em Genebra Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

16/04/2020 06h08

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Alarmada pela onda de desinformação sobre a pandemia, a OMS começa a desenhar um protocolo para aturar e tentar reverter a situação. Entre as propostas está o envolvimento de governos para conscientizar a população sobre a necessidade de buscar informação em locais de credibilidade e com base científica.

Outra recomendação: mensagens oficiais devem ter base na ciência e provas.

Na agência, a crise do coronavírus é acompanhada por uma avalanche de campanhas de desinformação, ampliando os riscos para a saúde e a angústia de milhões de pessoas em quarentena.

"A resiliência à desinformação depende de uma forte educação digital e de saúde. Para o facilitar, as autoridades poderiam realizar campanhas de informação sobre a forma de transmitir informações precisas, de uma forma semelhante ao de promover a higiene pessoal", sugere.

Outro ponto considerado como fundamental é construir "a confiança do público na autoridade de saúde e em outras autoridades relevantes". Isso seria "essencial para mitigar os efeitos negativos do impacto de uma infodemia".

"A fim de criar e manter a confiança, as agências de saúde pública e outras autoridades têm de ser transparentes quanto à evolução dos acontecimentos à medida que estes se desenrolam", defende a OMS.

"A educação para a saúde e a educação sanitária são importantes para ajudar as pessoas a receber e a agir de forma fiável informação", defende.

Desde fevereiro, a OMS tem mobilizado recursos e grupos para lidar com o fenômeno. "Uma infodemia é uma superabundância de informação, algumas precisas e outras não, o que torna difícil para as pessoas encontrarem fontes fiáveis e orientações fiáveis quando delas necessitam", explica a agência. Para a OMS, isso "constitui um grave problema para a saúde pública, uma vez que as pessoas precisam desta orientação" para poder se proteger.

"No contexto da pandemia da COVID-19, a infodemia é exacerbada pela escala global da emergência e propagada pela forma interligada como a informação é divulgada e consumida através de plataformas de comunicação social e outros canais", disse.

Na semana passada, a OMS ainda reuniu peritos e mais de 1,3 mil participantes. Foram também apresentadas mais de 500 ideias e, nos próximos dias, um guia será apresentado aos governos sobre como podem atuar.

A orientação será baseada em quatro pontos.

1. As intervenções e as mensagens devem ser baseadas em dados científicos e em provas.

2. Estes conhecimentos devem traduzir-se em mensagens e em mudança de comportamento, apresentadas de forma acessível a todos os setores de todas as sociedades.

3. Os governos devem chegar às comunidades-chave para compreender as suas preocupações e necessidades de informação, para melhor adaptar os conselhos e mensagens que possam ajudar essas comunidades a dirigir-se ao seu público.

4. Devem ser formadas parcerias estratégicas com os meios de comunicação social e as plataformas tecnológicas e partes interessadas, bem como com outras partes interessadas relevantes, tais como as do meio académico e da sociedade civil.